
Após duas quedas consecutivas, o Ibovespa registrou leve recuperação de 0,56%, fechando aos 142.145 pontos nesta quarta-feira (8), mas o índice ainda acumula perdas de 1,43% na semana e 2,80% no mês. O movimento reflete cautela do mercado diante de incertezas macroeconômicas, política fiscal e expectativa pelo início da temporada de resultados corporativos.

A sessão desta quarta-feira apresentou variação estreita, com mínima em 141.356 pontos e máxima em 142.385, em giro de R$ 19,9 bilhões, inferior aos R$ 24 bilhões registrados na terça. No acumulado do ano, o Ibovespa avança 18,18%.
Entre os setores, a Petrobras registrou baixa em suas ações, mesmo com alta de mais de 1% nos preços do petróleo Brent e WTI. Bancos tiveram desempenho misto: Bradesco ON e PN subiram 1,47% e 1,61%, enquanto Banco do Brasil e Santander recuaram levemente. Vale ON avançou 0,77%. Entre os maiores ganhos do índice destacaram-se Ultrapar (+5,54%), B3 (+3,43%) e BTG Pactual (+3,04%), enquanto Hypera (-5,02%), Brava (-3,10%) e Suzano (-2,17%) lideraram as perdas.
Especialistas apontam que a recuperação é limitada pela falta de novos gatilhos macroeconômicos. Felipe Moura, gestor da Finacap Investimentos, define a correção como saudável, enquanto Ian Lopes, da Valor Investimentos, destaca que o mercado observa atentamente a votação da MP do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em que o governo pode enfrentar derrota.
No cenário internacional, as bolsas americanas renovaram máximas históricas: S&P 500 (+0,58%) e Nasdaq (+1,12%). A ata do Federal Reserve de setembro indica apoio a cortes na política monetária, embora preocupações com a inflação persistam, segundo a Capital Economics.
Internamente, o governo busca aprovar a MP 1.303/2025, alternativa à recente derrota do IOF, que pode gerar R$ 17 bilhões adicionais de arrecadação em 2026. O presidente Lula se reuniu com ministros e líderes governistas, enquanto a oposição liderada por Rogério Marinho (PL-RN) sinaliza voto contrário. A medida precisa ser aprovada na Câmara e no Senado até esta quarta para não perder validade.
Analistas ressaltam que a política fiscal continua sendo o principal fator de atenção do mercado, influenciando decisões e movimentações, mesmo com temas externos como juros, petróleo e resultados corporativos.
