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Ibovespa recua aos 136 mil pontos após dados fracos do varejo e pressão sobre ações de consumo

Índice caiu 0,89% nesta quarta-feira, 13, puxado por desempenho negativo de empresas do varejo; cenário macroeconômico e tensões externas influenciam

13 agosto 2025 - 20h30Luís Eduardo Leal
Ibovespa recua aos 136 mil pontos após dados fracos do varejo e pressão sobre ações de consumo
Ibovespa recua aos 136 mil pontos após dados fracos do varejo e pressão sobre ações de consumo - (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa fechou em queda de 0,89% nesta quarta-feira (13), aos 136.687,32 pontos, pressionado por números abaixo do esperado nas vendas do varejo brasileiro e pelo desempenho negativo de empresas ligadas ao setor de consumo. O movimento interrompe o ímpeto da véspera, quando o índice chegou perto de recuperar os 138 mil pontos — patamar que ainda não consegue retomar de forma consistente.

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Durante o pregão, o Ibovespa oscilou entre a mínima de 136.534,63 e a máxima de 137.912,90 pontos, praticamente igual à abertura (137.910,70 pontos). O giro financeiro foi expressivo, atingindo R$ 38,1 bilhões, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o índice.

Apesar da queda do dia, o Ibovespa acumula ganhos de 0,57% na semana, 2,72% no mês e uma valorização de 13,64% no ano.

Varejo decepciona e arrasta mercado

O resultado negativo do índice teve forte influência da divulgação de dados fracos do varejo, segundo levantamento do IBGE. As vendas ficaram abaixo do esperado, sinalizando fragilidade na recuperação do setor, mesmo com a taxa básica de juros ainda em níveis elevados.

"Economia está mais fraca, o que traz preocupação sobre a geração de caixa das empresas", avalia Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

O reflexo imediato foi sentido nas ações de empresas diretamente ligadas ao consumo, que dominaram a ponta negativa do índice:

  • CVC: -10,78%

  • Pão de Açúcar: -10,56%

  • Petz: -5,91%

  • Assaí: -4,98%

  • Magazine Luiza: -4,27%

Algumas altas isoladas

Mesmo em um cenário de queda generalizada, algumas ações se destacaram positivamente:

  • MRV: +6,63%

  • SLC Agrícola: +1,35%

  • Brava: +1,22%

  • Natura: +1,16%

  • Localiza: +1,10%

Entre os grandes bancos, BB ON subiu 0,21%, contrariando o desempenho negativo das demais instituições financeiras:

  • Santander Unit: -0,22%

  • Bradesco ON: -1,07%

Blue chips acompanham o tom negativo

As principais ações do índice, Vale e Petrobras, também fecharam no vermelho. A mineradora Vale ON recuou 0,39%, enquanto a petroleira caiu 0,48% na ON e 0,75% na PN, influenciada pela continuação da correção nos preços do petróleo Brent e WTI.

A queda da commodity reflete uma projeção da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre um aumento no superávit de oferta global, além de estoques maiores do que o esperado nos Estados Unidos.

Resistência ao patamar de 138 mil pontos

Depois de uma sequência positiva no início de agosto, com quatro altas entre os dias 1º e 7, o Ibovespa voltou a oscilar dentro de uma faixa estreita entre 135 mil e 137 mil pontos, sem força para retomar os níveis do início de julho.

Nos últimos quatro pregões, houve avanço apenas na terça-feira (12), com uma alta de 1,69%. O comportamento do mercado reflete a cautela dos investidores diante dos sinais de desaceleração econômica e do ambiente de juros altos, que reduzem o apetite ao risco.

Pacote do governo tenta mitigar impacto de tarifas dos EUA

No cenário externo, o mercado também repercutiu as medidas anunciadas pelo governo federal para reduzir os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A avaliação é de que as ações têm impacto secundário, mas demonstram esforço de articulação institucional.

Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
“medidas para preservar empregos, diversificar mercados e assegurar condições justas de comércio internacional são importantes e demonstram compromisso com a defesa dos setores produtivos nacionais”.

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