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Ibovespa bate novo recorde e se aproxima dos 144 mil

Expectativa de corte de juros nos EUA e melhora nas projeções de inflação no Brasil impulsionam Bolsa, que sobe quase 20% no ano

15 setembro 2025 - 18h00Luís Eduardo Leal e Maria Regina Silva
Ibovespa bate novo recorde e se aproxima dos 144 mil.
Ibovespa bate novo recorde e se aproxima dos 144 mil. - (Foto: Envato Elements)
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O Ibovespa chegou à metade de setembro com força renovada e bateu um novo recorde de fechamento nesta segunda-feira (15), encerrando o pregão aos 143.546,58 pontos, com alta de 0,90%. No melhor momento do dia, o principal índice da B3 chegou a tocar os 144.193,58 pontos, superando a máxima histórica intradiária anterior, registrada na última quinta-feira (12).

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Mesmo sem conseguir sustentar os 144 mil pontos até o final da sessão, o desempenho confirma a tendência positiva da Bolsa brasileira desde o fim de agosto, impulsionada por um cenário externo mais favorável e pela expectativa de queda de juros nos Estados Unidos. Em setembro, o Ibovespa acumula valorização de 1,50% e já soma 19,34% de alta no acumulado de 2025.

O avanço recente da Bolsa coincide com a percepção de que o Federal Reserve deverá iniciar, na próxima quarta-feira (17), um ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo a taxa básica de juros americana. A expectativa de corte tem incentivado o apetite global por ativos de risco, especialmente em mercados emergentes.

Segundo Alison Correia, sócio-fundador da Dom Investimentos, a clareza em torno da decisão do Fed aumentou o otimismo do mercado. “Quanto mais se confirmou a possibilidade de corte nos EUA, mais os investidores tomaram risco. O ambiente externo melhorou, e o cenário doméstico também trouxe sinais positivos”, comenta.

Além do movimento do Fed, há expectativa de que o Copom mantenha a Selic em 15% ao ano na reunião desta semana, mas o horizonte aponta para uma possível flexibilização da política monetária brasileira nos próximos meses, diante das recentes revisões para baixo nas projeções de inflação.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira trouxe novas estimativas que reforçam esse sentimento positivo. A expectativa para o IPCA suavizado nos próximos 12 meses caiu de 4,45% para 4,43%. Para 2025, a projeção passou de 4,85% para 4,83%, enquanto a estimativa para 2027 recuou de 3,93% para 3,90%.

Bruna Sene, analista da Rico Investimentos, destacou a relevância desses dados: “Pela primeira vez vimos projeções de Selic caindo para 2026 e inflação de 2027 dentro do horizonte relevante da política monetária. Isso reforça a tese de que o ambiente está mais favorável para uma futura redução dos juros no Brasil.”

Entre os destaques positivos do pregão, Magazine Luiza liderou os ganhos com alta de 7,41%, seguida por Yduqs (+6,72%) e Cogna (+4,45%). Esses papéis são considerados sensíveis ao ciclo doméstico e costumam reagir bem a sinais de queda de juros. No outro extremo, as ações de RD Saúde (-3,93%), Minerva (-2,56%) e Banco do Brasil (-2,20%) fecharam em baixa.

Os grandes bancos, em geral, acompanharam o bom humor do mercado, com destaque para Itaú PN, que avançou 1,66%. A Vale ON, papel de maior peso no Ibovespa, subiu 0,88%, enquanto Petrobras teve alta de 1,45% nas ações ordinárias e 0,87% nas preferenciais.

“O Brasil teve um desempenho superior ao de outros emergentes em um dia de dólar fraco no mundo”, observa Thiago Lourenço, operador da Manchester Investimentos. A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,30 na mínima do dia e encerrou em queda de 0,61%, a R$ 5,3217.

Após semanas em que o Ibovespa oscilou próximo dos 141 mil pontos — marca atingida em julho, antes do impacto negativo das medidas tarifárias de 9 de julho — o índice retomou uma trajetória mais robusta desde o fim de agosto. As máximas de fechamento foram renovadas nas sessões de 5, 11 e agora 15 de setembro, impulsionadas por um alinhamento entre fatores externos e domésticos.

Apesar do avanço, o volume financeiro da sessão foi modesto, somando R$ 17 bilhões, indicando certa cautela entre os investidores à espera das decisões do Fed e do Copom, ambas marcadas para esta quarta-feira.

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