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15 de dezembro de 2025 - 18h53
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ESTATÍSTICA

IBGE aguarda R$ 700 milhões para viabilizar Censo Agropecuário a partir de 2027

Falta de verba atrasou cronograma; coleta em campo depende da aprovação do orçamento e de contratações

15 dezembro 2025 - 14h00Daniela Amorim
Censo Agropecuário do IBGE deve ir a campo em 2027, caso haja garantia de recursos
Censo Agropecuário do IBGE deve ir a campo em 2027, caso haja garantia de recursos - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aguarda a aprovação de R$ 700 milhões no Orçamento da União para dar andamento aos preparativos do Censo Agropecuário, já em atraso. A expectativa do órgão é iniciar a coleta de dados em campo apenas em 2027, após sucessivos adiamentos provocados pela falta de recursos.

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O cronograma original previa a fase preparatória em 2025 e a coleta em 2026. No entanto, segundo o coordenador-geral de Operações Censitárias do IBGE, Fernando Damasco, a ausência de dotação orçamentária obrigou o instituto a replanejar todas as etapas.

“Diante das dificuldades de dotação orçamentária, a gente teve que fazer o replanejamento das ações. O ano de 2026, que seria originalmente um ano de coleta, passou a ser um ano de preparação”, afirmou. De acordo com ele, o cadastro de estabelecimentos deve começar no fim de 2026, com coleta online a partir de janeiro de 2027 e trabalho presencial iniciado em abril do mesmo ano.

O Censo Agropecuário prevê o levantamento de informações de cerca de 5 milhões de estabelecimentos em todo o país. Mesmo o cronograma revisado ainda depende da confirmação dos recursos para 2026 e da aprovação de um processo seletivo simplificado para a contratação de trabalhadores temporários.

Segundo Damasco, o IBGE precisa homologar o processo seletivo até o início de julho de 2026 por causa das restrições do período eleitoral. Caso isso não ocorra, a convocação dos aprovados só poderá ser feita em janeiro de 2027, o que pode comprometer novamente o calendário.

“Esses dois condicionantes são cruciais, porque se eles não se concretizarem, o IBGE não tem as condições necessárias para realizar a pesquisa”, alertou.

Os R$ 700 milhões previstos são destinados apenas às etapas preparatórias, como testes, contratação de analistas censitários e aquisição de equipamentos, incluindo cerca de 27 mil tablets. Para a fase de coleta, a estimativa inicial da equipe técnica era de mais R$ 1,8 bilhão, valor que ainda deve ser ajustado diante do aumento de custos operacionais, como combustível e mão de obra.

Parte dos preparativos já começou. O primeiro pré-teste do Censo Agropecuário foi realizado entre 1º e 12 de dezembro em seis municípios: Alfenas e Grão Mogol, em Minas Gerais; Bacabal, no Maranhão; Sobradinho e Juazeiro, na Bahia; e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. O objetivo foi avaliar logística, metodologia, uso do aplicativo de coleta e compreensão do questionário.

“São municípios com diversidade de biomas e diferentes padrões produtivos”, explicou Damasco.

A próxima edição do censo também deve aprofundar temas como sucessão familiar no campo, perdas causadas por mudanças climáticas, destino municipal da produção e uso de tecnologias, tópicos que já foram testados no piloto.

O IBGE aguarda agora a confirmação dos recursos no Orçamento de 2026, que ainda será analisado pelo Congresso Nacional. “A gente espera que esses recursos sejam confirmados, para garantir a execução desse trabalho e devolver à sociedade brasileira os dados que o Brasil precisa”, concluiu Damasco.

Além do Censo Agropecuário, o diretor de Pesquisas do IBGE, Gustavo Junger, informou que o Ministério do Planejamento reservou R$ 30 milhões adicionais para a realização do primeiro censo da população em situação de rua.

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