
Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou nesta segunda-feira (30), em publicação nas redes sociais, que o governo federal foi previamente alertado sobre a dificuldade de aprovar o decreto que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A declaração foi feita por meio de um vídeo publicado no Instagram, em resposta às críticas sobre a derrubada da medida na última quarta-feira (25).

Em um vídeo curto com edição dinâmica, Motta rebateu a narrativa de que o Congresso teria surpreendido ou traído o governo ao sustar o decreto. “Primeiro, quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, disse. Ele também destacou que a decisão de derrubar o IOF contou com apoio expressivo de parlamentares de diferentes espectros políticos, somando 383 votos.
“A polarização política no Brasil tem cansado muita gente, e agora querem criar a polarização social”, afirmou o parlamentar, que ainda citou outras pautas aprovadas na mesma sessão, como a regulamentação do consignado privado e a Medida Provisória do Fundo Social, ambas de interesse do governo.
‘Nós avisamos’, diz Motta - Segundo o presidente da Câmara, o Executivo foi avisado previamente de que o aumento do tributo teria pouca chance de avançar. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice”, afirmou Motta. Ele reforçou que sua atuação no Legislativo não está subordinada a partidos. “O presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, ele tem que servir ao seu País.”
A decisão de pautar a votação foi informada por Motta na véspera da sessão, por meio de uma postagem na rede social X (antigo Twitter). Fontes próximas ao comando da Casa indicaram que a movimentação vinha sendo articulada há alguns dias. O aviso oficial aos líderes, no entanto, foi feito em um grupo de WhatsApp, após o anúncio público.
Em tom de mediação política, o deputado reconheceu que parte do público o vê como alguém que “morde e assopra”. “Se uma ideia for ruim para o Brasil, eu vou morder. Mas se essa ideia for boa, eu vou assoprar, para que ela possa se espalhar por todo o País”, disse. Para ele, posicionar-se no centro político não é sinal de omissão. “Ser de centro não é ter ausência de posição. É ter ausência de preconceito.”
