
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 13, que as medidas de apoio ao setor produtivo afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, que serão anunciadas ainda hoje, ajudarão a atenuar o impacto inicial. No entanto, ele ressaltou que o governo continuará monitorando o comportamento do mercado, principalmente de setores que ainda não estão sendo afetados diretamente, mas podem sofrer as consequências de decisões externas, como a exportação de soja e algodão.

"Há setores que não estão no radar hoje, mas que podem vir a entrar no radar em função de uma agressividade muito grande", declarou o ministro. Ele destacou o exemplo da pressão dos Estados Unidos sobre a China para aumentar a demanda por soja norte-americana. Dado que o Brasil é um dos maiores exportadores de soja do mundo, o impacto dessa situação pode afetar diretamente a economia brasileira.
Entre as medidas previstas no plano de contingência, Haddad citou a flexibilização nas compras governamentais, permitindo que a União e os entes federativos adquiram produtos que foram afetados pelo tarifaço, e que podem ter suas exportações reduzidas. O ministro também mencionou o Reintegra, um programa que devolve parte do tributo pago sobre as mercadorias exportadas.
"Como a reforma tributária ainda não está em vigor, temos resíduo de impostos que são exportados e isso encarece a mercadoria. Se o exportador tem a garantia de receber parte disso como crédito tributário, ele consegue baratear o seu produto e enfrentar uma concorrência internacional mais acirrada", disse Haddad.
Ele ressaltou, no entanto, que o Reintegra perderá sua eficácia no final de 2026, quando todos os exportadores estarão isentos de impostos, o que altera a dinâmica de como o sistema de exportações funcionará a partir desse período.
