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ECONOMIA BRASILEIRA

Haddad projeta corte de juros e defende impacto positivo da reforma tributária

Ministro da Fazenda afirma que inflação está sob controle e vê espaço para redução da Selic nos próximos meses

16 setembro 2025 - 12h55Francisco Carlos de Assis e Cícero Cotrim
Haddad diz que queda da Selic pode ocorrer nos próximos meses e reforma não pressiona inflação
Haddad diz que queda da Selic pode ocorrer nos próximos meses e reforma não pressiona inflação - Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (16) que a equipe econômica do governo está conseguindo reancorar as expectativas de inflação, o que, segundo ele, pode abrir caminho para o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic. A declaração foi feita durante participação remota na abertura do J.Safra Investment Conference, realizado em São Paulo.

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“Tudo leva a crer que o ciclo de corte da Selic vai começar nos próximos meses”, disse Haddad, evitando, no entanto, estabelecer um prazo exato para a mudança na política monetária. O ministro destacou que, uma vez iniciada a queda dos juros, a economia brasileira deve reagir com rapidez.

Queda do dólar ajuda no combate à inflação

Segundo Haddad, a conjuntura atual já apresenta sinais positivos. Ele mencionou, por exemplo, a queda do dólar para o patamar de R$ 5,30, o que, segundo ele, tem efeitos benéficos sobre os índices de preços. “A taxa de câmbio está num nível que favorece o combate à inflação”, afirmou.

O ministro também reiterou que a condução da política econômica segue comprometida com o equilíbrio fiscal e com a criação de condições sustentáveis para o crescimento da economia brasileira.

Reforma tributária não deve gerar alta de preços, diz ministro

Durante sua fala, Fernando Haddad também comentou os desdobramentos da reforma tributária, cujo último projeto de regulamentação deve ser votado nesta quarta-feira no Senado. Para ele, a reforma não terá impacto inflacionário, uma vez que é fiscalmente neutra.

“Não acredito que a reforma tributária terá impacto inflacionário porque fiscalmente ela é neutra”, pontuou.

Segundo o ministro, a reestruturação do sistema de tributos vai promover uma acomodação dos preços relativos, o que considera benéfico para a economia. Ele prevê que os efeitos mais concretos da reforma serão sentidos a partir de 2027, quando o novo sistema já estiver plenamente em vigor.

Expectativas para 2026 e 2027

Com base nos atuais indicadores e na perspectiva de aprovação da reforma, Haddad afirmou que o Brasil pode encerrar o ano de 2026 com a menor inflação desde o Plano Real, além de um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% ao ano.

“Penso que vamos entrar em uma trajetória de queda de juros com sustentabilidade”, projetou.

O governo aposta que a combinação entre política monetária mais flexível, reforma tributária e estabilidade fiscal formará um ambiente mais propício ao investimento, ao crescimento do setor produtivo e à geração de empregos.

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