
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (19) que a formulação e a execução de políticas públicas no país dependem diretamente da atuação conjunta entre União, estados e municípios. Sem citar nomes, ele criticou governadores que adotam postura repressiva e disse que não é possível governar “de Brasília” sem apoio local.
“É muito importante a gente saber que precisa da cooperação federativa. É muito difícil fazer as coisas de Brasília se a gente não tiver, num território, um prefeito comprometido, um prefeito com olhar específico, um governador com sensibilidade que não bota a polícia para bater no povo, que dá atenção para as pessoas, que cria um ambiente de trabalho digno”, afirmou Haddad.
A declaração foi interpretada como uma crítica indireta ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem Haddad já teve embates políticos, embora o nome do chefe do Executivo paulista não tenha sido citado pelo ministro.
Haddad participou ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da cerimônia de Natal do ExpoCatadores, realizada em São Paulo. Durante o evento, o governo federal anunciou iniciativas da Caixa Econômica Federal voltadas ao apoio financeiro e estrutural aos catadores de materiais recicláveis, setor que atende milhões de trabalhadores em todo o país.
O ministro destacou a importância simbólica do encontro e afirmou que o contato com os catadores reforça os motivos que o levaram à vida pública.
“Esse tipo de encontro é muito valoroso para a gente lembrar por que entrou na política”, disse Haddad, ao comentar a agenda.
A fala do ministro ocorre em um momento de tensões recorrentes entre o governo federal e administrações estaduais, especialmente em temas como segurança pública, políticas sociais e direitos trabalhistas. Ao defender a cooperação entre os entes federativos, Haddad reforçou o discurso do Planalto de que ações estruturantes dependem de alinhamento político e institucional nos estados e municípios.

