
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil representa mais do que uma disputa comercial: trata-se, segundo ele, de um projeto hegemônico norte-americano contrário ao multilateralismo.

"É um projeto de impedir que o Brasil tenha parcerias com o mundo, tenha transferência de tecnologia, tenha lugar ao sol", disse o ministro em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, na RedeTV!.
Haddad elogiou a postura internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e destacou o esforço do governo para resgatar uma agenda multilateral, capaz de abrir espaço para o desenvolvimento de diferentes países. Como exemplo, citou a busca de Lula pela viabilização do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, além da relação próxima que manteve com o ex-presidente dos EUA, Joe Biden.
O ministro também destacou os resultados recentes da economia brasileira e afirmou que "o empresário produtivo não tem o que reclamar do governo atual". Segundo Haddad, o Brasil cresce hoje o dobro da média dos últimos anos, com taxa de desemprego em mínima histórica e inflação sob controle.
"Você vê o balanço das empresas. As empresas estão ganhando dinheiro, estão empregando. Tem muita empresa reclamando de falta de mão de obra, não de desemprego", afirmou.
Ele lembrou ainda que, nos dois primeiros mandatos de Lula, o crescimento médio da economia foi superior a 4% ao ano, o que correspondeu a uma vez e meia a média mundial.
Haddad disse esperar que o programa Minha Casa, Minha Vida encerre o ano com três milhões de contratações, superando a meta de dois milhões. O ministro também citou a retomada dos investimentos em saúde e educação e os recordes recentes na produção agrícola.
Sobre as contas públicas, afirmou que os déficits nos dois governos anteriores ficaram entre 2% e 2,5% do PIB, sem provocar grandes críticas, mesmo com a existência do teto de gastos, que, segundo ele, era "retórico".
