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ECONOMIA

Haddad defende soberania brasileira e anuncia pacote para crédito imobiliário

Ministro da Fazenda comenta sobre investigações, tarifas dos EUA, Imposto de Renda e novas medidas para impulsionar crédito à habitação

23 agosto 2025 - 14h30Gabriel Hirabahasi*
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - (Foto: Divulgação)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se posicionou neste sábado, 23, sobre as mensagens divulgadas pela Polícia Federal envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros tem o "único objetivo de livrar a cara dos golpistas". Durante participação em um encontro do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, Haddad declarou que os áudios de conversas entre Bolsonaro e seus aliados visam reabilitar a extrema-direita no Brasil.

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O ministro reafirmou que o Brasil não abrirá mão da sua soberania, criticando a tentativa de manipulação política e a hostilidade do governo norte-americano. "O Brasil não pode servir de quintal de ninguém. Temos importância para manter e garantir nossa soberania", afirmou Haddad, destacando a necessidade de diversificar os parceiros comerciais e não se submeter a condições externas.

Em sua fala, Haddad também abordou a proposta de correção da tabela do Imposto de Renda (IR), enviada ao Congresso pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro criticou a falta de correção nos governos anteriores, que resultou na inclusão de mais de 20 milhões de brasileiros de baixa renda no pagamento de impostos.

"A não correção da tabela do IR promoveu um aumento de impostos para as camadas mais frágeis", explicou Haddad, detalhando que a defasagem de mais de 36% da tabela entre 2015 e 2022 colocou trabalhadores de menor renda para pagar IR. Com a correção, 25 milhões de brasileiros serão beneficiados, enquanto 141 mil de alta renda começarão a pagar mais impostos.

Pacote de Medidas para Crédito Imobiliário

Outro anúncio feito por Haddad foi sobre o lançamento de um pacote de medidas para facilitar o acesso ao crédito imobiliário. O objetivo é ajudar trabalhadores de baixa renda e classe média a obter financiamentos mais baratos, com a utilização de recursos da poupança para oferecer uma fonte de crédito acessível.

"Estamos em tratativas com o Banco Central, Fazenda e Planejamento para garantir uma fonte barata de crédito que chegue ao trabalhador de baixa renda e classe média", afirmou o ministro, destacando que a medida visa estimular o acesso à casa própria.

Esses anúncios fazem parte do esforço do governo para corrigir distorções tributárias e fortalecer a economia brasileira, ao mesmo tempo em que busca equilibrar as relações internacionais e aumentar o acesso a crédito e moradia para a população.

A tabela de IR ficou congelada entre 2015 e 2022, desde o fim do governo de Dilma Rousseff (que sofreu impeachment em 2016), passando pelas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, acumulando defasagem de mais de 36% no período, segundo cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional). Ao longo de todo esse período, somente trabalhadores que ganhavam até R$ 1.903 estavam isentos.

"Serão 25 milhões de brasileiros beneficiados com a correção da tabela do Imposto de Renda. E uma proposta neutra do ponto de vista fiscal, porque passa a cobrar, de 141 mil brasileiros, um imposto que hoje eles não pagam. São brasileiros que têm renda de mais de R$ 1 milhão por ano. Estamos fazendo alguma justiça tributária, cobrando de quem não paga, do ápice da pirâmide, 142 mil brasileiros é 0,01% da população economicamente ativa, para favorecer 25 milhões de brasileiros", destacou Haddad.

Acesso a crédito para compra de imóveis

Durante sua participação no evento do PT, Fernando Haddad também anunciou que o governo prepara um pacote de medidas para impulsionar o acesso a crédito para a compra de imóveis no país, com foco em trabalhadores de baixa renda e classe média. A ideia do governo é flexibilizar os recursos depositados na poupança para a oferta de financiamentos mais baratos.

"Estamos ultimando as tratativas com o Banco Central, Fazenda e Planejamento, para que o nosso Conselho Monetário Nacional possa entregar ao presidente Lula mais uma conquista importante de turbinar o crédito imobiliário, com todas as cautelas devidas, mas fazendo fonte barata de crédito, que é a poupança, chegar ao trabalhador de baixa renda e classe média", destacou o ministro.

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