
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que há perspectiva de corte de juros entre parte dos analistas e investidores do mercado financeiro. Segundo ele, “já chegou a hora de iniciar o ciclo de redução da Selic”.
“Há uma parte dos players que concorda com a tese de que já é o momento de começar o ciclo de corte. Ninguém deveria se afligir com o debate honesto sobre essas questões”, declarou Haddad em entrevista à CNN Brasil.
O ministro também reiterou sua relação de confiança e proximidade com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que foi seu secretário-executivo em 2023 e posteriormente indicado por ele para compor a diretoria da instituição.
“Acredito que ele está fazendo um bom trabalho no Banco Central”, afirmou, ao comentar críticas feitas recentemente pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, à atuação de Galípolo após a decisão de manter a Selic em 15% ao ano.
Atuação do Banco Central - Haddad destacou que o papel do BC vai além da definição da taxa básica de juros, citando os avanços na regulação do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
“O trabalho do Banco Central é mais do que a Selic. Na regulação das fintechs, o BC tem atuado com zelo, sem inibir a concorrência, mas mantendo o sistema financeiro robusto”, afirmou.
O ministro contou ainda que se reuniu na manhã desta segunda-feira com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para tratar de dez temas econômicos, nenhum deles relacionado à taxa de juros.
“Essa opinião também é avalizada pelos bancos que se reuniram comigo hoje. Eles reconhecem que há espaço para corte”, disse.
Indicadores positivos e investimentos - Haddad reforçou que o governo Lula acumula resultados positivos na economia e que o cenário é favorável à redução da Selic.
“O terceiro governo Lula terá a menor inflação acumulada, o menor índice de desigualdade, a menor taxa de desemprego da história e o melhor resultado primário desde 2015”, destacou.
O ministro também citou o bom desempenho da Bolsa de Valores, a estabilidade do dólar e o avanço dos investimentos em infraestrutura.
“Estamos batendo recorde em investimento em infraestrutura no Brasil. Temos muito a comemorar e, claro, muitos pontos de atenção”, concluiu, mencionando como exemplo o recente tarifaço dos Estados Unidos.

