bonito
ANTI-TARIFAÇO

Haddad anuncia plano 'anti-tarifaço' para proteger exportações após aumento de tarifas de Trump

Proposta será enviada à Casa Civil e busca reduzir impacto das tarifas de Trump

31 julho 2025 - 08h42Ricardo Eugenio
Ministro da Fazenda promete lançar proposta em breve após decreto de Trump que elevou tarifas a 50%
Ministro da Fazenda promete lançar proposta em breve após decreto de Trump que elevou tarifas a 50% - (Foto: Diogo Zacarias/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (31) que o governo prepara um plano para mitigar os efeitos do aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O decreto assinado pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano) eleva em 50% as taxas de importação para setores como aço, carne bovina, máquinas agrícolas e alumínio.

Canal WhatsApp

Segundo Haddad, o plano, batizado de “anti-tarifaço”, ainda está em fase de “calibragem” e será lançado nos próximos dias. Depois de finalizado, seguirá para análise da Casa Civil. “O ponto de partida é melhor do que se esperava, mas ainda está longe da chegada”, disse o ministro a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda, em Brasília.

Após pressões da diplomacia brasileira e de empresários dos dois países, o governo dos EUA publicou lista de exceções que isenta itens como aviões, suco de laranja, carne de frango, celulose e alguns insumos agrícolas. A entrada em vigor das tarifas, inicialmente prevista para sexta-feira (1º.ago), foi adiada.

Principais produtos brasileiros excluídos da nova tarifa:

- Castanhas-do-brasil com casca, frescas ou secas
- Polpa de laranja
- Sucos de laranja congelados e não congelados, com diferentes especificações
- Mica bruta
- Minério de ferro, aglomerado e não aglomerado
- Minério de estanho e concentrados
- Diversos tipos de carvão, linhito, turfa, coque, gás de carvão e outros derivados minerais
- Gases naturais, propano, butano, etileno, propileno, butileno, butadieno
- Matérias-primas de alumínio, silício, óxido de alumínio, potassa cáustica
- Diversos produtos químicos, fertilizantes, cera, resíduos petrolíferos
- Madeira, cortiça aglomerada, polpa química de madeira, polpa de algodão, polpa de fibras vegetais, celulose
- Prata e ouro, na forma de lingote ou dore
- Ferro-gusa, ligas de ferro, ferronióbio, e outros produtos primários de ferro e aço
- Linhas, tubos e conexões de uso industrial, vários tipos de metais, borracha e plásticos para aviação civil
- Diversos artigos de uso aeronáutico (pneus, motores, peças, turbinas etc.)
- Insumos para papel, papelão, celulose, artefatos de papel/papelão
- Alguns tipos de pedras, fibras, crocodilita, amianto, misturas de fricção
- Fertilizantes minerais e químicos de diversos tipos

O aumento das tarifas foi apresentado pela Casa Branca como parte de uma agenda protecionista e como resposta ao que Trump chama de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão também é interpretada no Brasil como reação à aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com China e Rússia e a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que desagradaram setores norte-americanos.

Além das tarifas, Trump assinou decreto impondo sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base na Lei Magnitsky, sob acusação de abusos contra cidadãos americanos. A Advocacia-Geral da União (AGU) classificou a medida como “injustificável”. Haddad também criticou a ação. “A perseguição ao ministro Moraes não é o caminho”, afirmou.

O ministro disse acreditar que os mais de 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos serão fundamentais para superar a crise comercial e retomar o diálogo. O governo espera que o plano “anti-tarifaço” contribua para reduzir o impacto sobre as exportações nacionais e abrir caminho para negociações futuras.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas