
A paralisação dos motoristas do transporte coletivo em Campo Grande está tendo efeitos diretos na economia da cidade, especialmente na indústria de transformação, segundo um estudo do Observatório da Indústria da Fiems. A falta de ônibus compromete o deslocamento de trabalhadores e reduz a produção das fábricas.

O levantamento usa dados da Pesquisa Industrial Anual do IBGE para estimar o impacto. A Fiems calcula que cada trabalhador da indústria de transformação gera, em média, cerca de R$3.500 por dia útil. Quando esses profissionais deixam de chegar ao trabalho por falta de transporte, a produção cai no mesmo ritmo.
Em Campo Grande, são cerca de 22mil trabalhadores formais na indústria de transformação, distribuídos em setores como confecções, frigoríficos, alimentos, vidro, prémoldados e marcenaria. Com base nesse quadro, a Fiems projetou diferentes cenários de perdas diárias conforme o percentual de faltas causadas pela greve:
25% de ausência: prejuízo diário em torno de R$19milhões
50% de ausência: queda de produção de cerca de R$38,5milhões
75% de ausência: impacto pode chegar a quase R$58milhões por dia
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a situação revela que a interrupção dos serviços de transporte não afeta apenas a rotina dos usuários, mas compromete toda a cadeia produtiva da cidade. "Sem o deslocamento dos funcionários, as fábricas perdem ritmo, o que pode reduzir emprego, renda e ainda afetar a competitividade local", avalia.
Os efeitos vão além da indústria de transformação. A construção civil, por exemplo, também registra atrasos em canteiros de obra e prejuízos nos cronogramas de entrega por causa das faltas de trabalhadores.

