
A greve nacional dos petroleiros, iniciada na última segunda-feira (15), ganhou força nesta quarta-feira (17) com a confirmação de 100% de adesão nas 28 plataformas da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Segundo balanço divulgado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), o movimento agora abrange nove refinarias — após a entrada da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e diversas unidades de transporte, termelétricas e usinas de biodiesel.
O diferencial deste terceiro dia de paralisação é a participação massiva não apenas de funcionários diretos da estatal, mas também de trabalhadores terceirizados, especialmente nas operações offshore. Além das plataformas e refinarias, a FUP monitora greves em 13 unidades da Transpetro e em campos de produção terrestre na Bahia, ampliando o raio de alcance do protesto nacional.
Pauta de reivindicações e déficit da Petros - Os trabalhadores buscam sensibilizar a diretoria da companhia e o governo federal para três pilares centrais:
- Plano de Carreira: Melhorias no plano de cargos e salários da categoria.
- Fundo de Pensão: Uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que têm gerado descontos pesados nos contracheques de ativos e aposentados.
- Soberania: A manutenção da Petrobras como empresa pública estratégica e a resistência contra modelos de negócios que possam enfraquecer a atuação estatal.
Abastecimento e plano de contingência - Apesar da expansão do movimento, a Petrobras garante que o consumidor final ainda não sentiu reflexos nos postos de combustíveis. Em nota, a companhia informou que equipes de contingência foram mobilizadas para manter a operação mínima das unidades.
“Até o momento, não houve impacto na produção, e o abastecimento ao mercado segue garantido”, afirmou a estatal. A Petrobras ressaltou que respeita o direito de manifestação, mas mantém a vigilância para evitar desabastecimentos, visto que a empresa é responsável por cerca de 90% da produção de petróleo e gás no Brasil, segundo dados da ANP.

