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REAÇÃO AO TARIFAÇO

Governo prepara MP para mitigar impactos do tarifaço dos EUA sobre exportações brasileiras

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncia plano detalhado com medidas para apoiar pequenos produtores e empresas afetadas.

6 agosto 2025 - 14h35
O governo brasileiro prepara uma medida provisória para mitigar os impactos do tarifaço imposto pelos EUA, com foco na concessão de crédito e apoio a pequenos produtores afetados. Haddad cobra união nacional e aponta desafios para os países do Mercosul.
O governo brasileiro prepara uma medida provisória para mitigar os impactos do tarifaço imposto pelos EUA, com foco na concessão de crédito e apoio a pequenos produtores afetados. Haddad cobra união nacional e aponta desafios para os países do Mercosul. - Foto: Diogo Zacarias/MF

O Ministério da Fazenda está finalizando uma medida provisória (MP) que visa mitigar os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A MP será enviada ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 6, e traz um plano detalhado para atender, principalmente, pequenos produtores que enfrentam dificuldades devido à tarifa adicional de 50% imposta pelo governo de Donald Trump.

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Em declaração, o ministro Fernando Haddad destacou que o foco do plano é garantir que empresas mais impactadas pelo tarifaço possam receber crédito e apoio, além de aumentar as compras governamentais para compensar a perda de mercado. "A maior preocupação é com o pequeno produtor", disse Haddad, referindo-se às medidas de apoio.

Medidas de apoio às empresas e ao mercado interno

O plano proposto pelo governo incluirá a concessão de crédito para empresas afetadas pela medida, além de facilitar o acesso a novos mercados internos por meio da expansão das compras governamentais. O governo também avalia que a medida provisória entrará em vigor imediatamente, sem a necessidade de regulamentação legislativa, o que permite uma resposta mais ágil à crise.

Foco na soberania nacional e no apoio aos governadores

Haddad aproveitou a oportunidade para cobrar uma postura unificada em relação ao interesse nacional. Segundo ele, o governo está focado em garantir a soberania nacional e proteger os interesses econômicos do Brasil, criticando as tentativas de interferência política vindas de Washington. “Somos o único país do mundo com uma força política interna atuando contra o interesse nacional”, afirmou o ministro.

Haddad também fez um apelo aos governadores, especialmente os da oposição, para que defendam os interesses econômicos de seus estados e não atrapalhem as ações do governo federal. “Precisamos separar a economia da política”, completou o ministro.

Próxima reunião com os EUA

Haddad também anunciou que uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já está agendada para o dia 13 de setembro. Ele espera que a conversa leve a um entendimento mais profundo sobre as medidas tarifárias, visto que os dois países têm uma relação de 200 anos. Caso a conversa seja produtiva, poderá haver uma reunião de trabalho para continuar as negociações.

A resposta para a América do Sul

O ministro da Fazenda também ressaltou que a tarifa de 10% inicialmente proposta pelos EUA já seria inadequada para os países da América do Sul, já que muitos desses países, como Paraguai, Uruguai e Argentina, possuem relacionamento econômico deficitário com os EUA. Para Haddad, o Brasil não pode ser tratado de forma diferente dos seus vizinhos sul-americanos, e o Mercosul deve ser considerado um bloco econômico unido, assim como a União Europeia.

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