
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, se pronunciou nesta terça-feira (5) sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil, afirmando que as medidas não têm justificativa técnica ou comercial. Para a ministra, as sanções são de cunho político e visam interferir em um processo judicial em andamento no Brasil, configurando uma tentativa de chantagem.

Hoffmann também destacou que a retaliação dos EUA contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, é um ataque direto às instituições democráticas brasileiras. "Esses ataques configuram coerção no curso do devido processo legal, agressão ao Supremo Tribunal Federal e à soberania do poder justificado no Brasil", afirmou, durante a abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, no Palácio Itamaraty.
Ameaça econômica e interferência na democracia
A ministra ainda criticou a abrangência das sanções, que afetam a economia, os setores de exportação e, até mesmo, a regulamentação de plataformas digitais no Brasil, além de ameaçar diretamente o sistema de pagamentos instantâneos (PIX). Gleisi reiterou que uma democracia não pode se submeter às vontades de potências estrangeiras. "Uma democracia não pode se submeter aos desígnios pessoais e ilegais de quem quer que seja. E um país soberano não pode se render ao arbítrio do estrangeiro em detrimento da nacionalidade", afirmou, reforçando que a defesa da soberania e da democracia caminham juntas.
Ela também destacou que o governo federal está tomando medidas para proteger a economia brasileira e garantir a segurança das empresas exportadoras, dos trabalhadores e das famílias. "Vários conselheiros e conselheiras aqui presentes participaram dos primeiros debates e devem seguir contribuindo no amadurecimento das respostas necessárias", disse Gleisi.
O Conselhão e a participação social
Durante sua fala, Gleisi ressaltou o papel do Conselhão, destacando que o órgão se tornou uma importante expressão da participação social no governo atual. A ministra lembrou que a extinção do Conselhão foi uma das atitudes autoritárias do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na reunião desta terça-feira, o Conselhão entregou ao presidente Lula outros resultados importantes de seus grupos de trabalho, incluindo propostas para a Política Nacional Integrada para a Primeira Infância, o programa Amazônia Mais Digital, o Conselho Consultivo para a Transformação Digital, e a proposta de redução do spread bancário.
