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Governo lança programa 'Gás do Povo' para atender 15,5 milhões de famílias
O governo federal lançou, nesta quinta-feira (4), uma nova fase do programa de auxílio gás, que agora recebe o nome de "Gás do Povo". A meta é ambiciosa: triplicar o número de famílias atendidas, passando das atuais 5,13 milhões para 15,5 milhões até março de 2026. O anúncio ocorreu no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG), uma das maiores comunidades da capital mineira, marcando a aposta do Executivo em ampliar políticas sociais em ano pré-eleitoral.

A proposta prevê o início das entregas dos botijões gratuitos já em novembro de 2025. A ação se soma a outras iniciativas voltadas à população de baixa renda, como o programa "Luz do Povo", que isenta do pagamento da conta de luz famílias que consomem até 80 kWh por mês e estão na Tarifa Social.
Durante o lançamento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o caráter social da iniciativa. "Vocês verão pelas ruas, vilas, morros e aglomerados os postos de distribuição com a placa: 'Aqui tem Gás do Povo'. Isso é justiça social na veia", afirmou.
Como vai funcionar o novo vale-gás
O novo modelo do programa não transfere o valor diretamente ao beneficiário, mas sim disponibiliza um botijão por meio de revendedores credenciados. Essas revendas serão ressarcidas pela Caixa Econômica Federal, que assumirá o papel de operadora do programa, como já faz atualmente.
As famílias beneficiadas receberão uma espécie de "vale-gás", que poderá ser acessado por quatro meios distintos: aplicativo próprio, cartão exclusivo, QR Code via Caixa ou cartão do Bolsa Família. O uso será restrito à retirada do botijão e os detalhes de como utilizar cada opção serão divulgados até o fim de outubro.
O programa atende famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo, com prioridade para quem já recebe o Bolsa Família. O frete para entrega domiciliar, caso desejado, ficará por conta do beneficiário.
Quem pode participar e como será a distribuição
Os revendedores interessados deverão se credenciar voluntariamente junto à Caixa. O objetivo é que o programa atinja todos os municípios do país, por meio da estrutura das distribuidoras e de revendedores independentes. O Brasil conta hoje com cerca de 60 mil pontos de revenda.
As regras de distribuição do benefício variam conforme o número de pessoas da família. Lares com dois integrantes receberão até três botijões por ano; famílias com três membros terão direito a quatro botijões; e aquelas com quatro ou mais pessoas poderão receber até seis botijões anuais. O valor será determinado por Estado e atualizado periodicamente, mas sem impacto para o consumidor final.
Recursos garantidos no orçamento
O orçamento previsto para 2026 no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) é de R$ 5,1 bilhões, valor que, segundo o governo, garante a viabilidade do programa durante todo o ano.
Além dos recursos da União, estados e municípios poderão aderir ao programa e contribuir com seu financiamento, desde que firmem um termo de adesão, conforme regulamentação que será detalhada por decreto.
Estados com mais famílias contempladas
São Paulo e Bahia lideram a estimativa de beneficiados, com 1,87 milhão e 1,84 milhão de famílias atendidas, respectivamente. Em seguida aparecem Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro, todos com mais de 1 milhão de famílias contempladas.
Foco social e eficiência orçamentária
Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, o novo modelo representa um avanço em termos de eficiência social. "Não é um subsídio generalizado, que geralmente beneficia a todos indiscriminadamente. Subsídios generalizados têm alto custo fiscal e baixo impacto social", avaliou.
