
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (11) que, desde o fim da pandemia de covid-19, o mesmo montante de transferências fiscais do governo tem produzido um impulso positivo maior para o crescimento da economia.

— Tenho feito a brincadeira de que as projeções dos economistas para o crescimento do PIB têm se parecido um pouco com os aplicativos de trânsito: quando você sai da sua casa, ele te dá um tempo de previsão de viagem e a cada esquina ele vai recalculando. A gente tem se comportado um pouco assim — disse Galípolo, destacando que esse fenômeno explica as revisões para cima nas estimativas do mercado para a atividade econômica.
Segundo o presidente do BC, um dos motivos para o efeito ampliado é o caráter progressivo das políticas fiscais adotadas desde a pandemia, com transferências de renda destinadas a pessoas com maior propensão ao consumo.
Inflação e juros
Galípolo destacou que, desde 2023, algumas métricas de inflação, como a de serviços, vêm cedendo gradualmente. Com a taxa básica de juros (Selic) mantida estável, isso resultou em aumento do juro real.
— Ou seja, com a inflação caindo e o mesmo juro nominal, você estava ampliando o aperto — afirmou, ressaltando que este era o cenário esperado para 2024.
Apesar disso, o dirigente do BC frisou que as projeções para a política fiscal deste ano permanecem estáveis, enquanto as estimativas para o PIB continuam sendo revistas para cima.
— Não é exatamente que você teve um impulso fiscal adicional, mas que o mesmo nível de gasto fiscal estava surpreendendo do ponto de vista de atividade econômica — completou.
