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POLÍTICA MONETÁRIA

Galípolo diz que BC não sinalizou próximos passos e reforça foco na meta de inflação

Presidente do Banco Central afirma que instituição baseia decisões em dados e nega leitura antecipada sobre política de juros

12 novembro 2025 - 12h55Gabriela Jucá e Francisco Carlos de Assis
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo - (Foto: Taba Benedicto/Estadão)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (12), em São Paulo, que não há qualquer sinalização antecipada por parte da autarquia sobre os próximos passos na condução da política monetária. Durante a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) referente ao primeiro semestre de 2025, Galípolo disse que interpretações de que o BC estaria sinalizando ações futuras são equivocadas.

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“Se você entendeu algum sinal na comunicação sobre o futuro, entendeu errado”, declarou o presidente, reforçando que a instituição age com base em dados e mantém uma postura “humilde e modesta perante a incerteza”.

Galípolo reiterou que o Banco Central tem uma missão clara no serviço público: perseguir a meta de inflação. “Está bem claro porque estamos com a taxa de juros em patamar restritivo”, explicou.

O dirigente também destacou que o debate sobre os próximos movimentos da política monetária é natural no ambiente econômico, mas reforçou que a atuação do BC se pauta pela análise técnica e pela evolução dos indicadores. “Esse é um BC que tem calcado a sua comunicação em fatos e dependência de dados”, afirmou.

Galípolo observou que a política monetária segue surtindo efeito na economia, embora de forma “lenta e gradual”. Segundo ele, o aumento da taxa de juros elevou o custo de capital para famílias e empresas, o que resultou em desaceleração do crescimento econômico.

“O aumento do custo de capital não gerou uma queda, mas uma desaceleração no crescimento”, afirmou, destacando o efeito cumulativo das decisões anteriores de política monetária.

Outro ponto abordado por Galípolo foi a inclusão preliminar do impacto da isenção do Imposto de Renda nas projeções do Banco Central. Segundo ele, essa decisão demonstra o compromisso da instituição em operar de forma responsiva às mudanças no ambiente macroeconômico.

“Existe claramente um trade-off entre estar mais dependente de dados e coletá-los para que a gente vá aprendendo com ele e incorporando. Até agora, essa estratégia se pagou”, avaliou.

Ele citou como exemplo outras medidas anteriormente incorporadas pelo BC de forma preliminar, como o pagamento de precatórios e a liberação de crédito consignado privado, reforçando que o colegiado continua observando o cenário para avaliar os efeitos reais dessas medidas.

Galípolo voltou a afirmar que a diretoria colegiada da instituição segue desconfortável com a desancoragem das expectativas de inflação em todos os horizontes analisados. Esse fator, segundo ele, contribui para a manutenção de uma política monetária mais restritiva.

O Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta quarta-feira traz uma análise detalhada sobre o desempenho do sistema financeiro, os riscos fiscais e o comportamento das expectativas de mercado, em um contexto de incertezas tanto internas quanto externas.

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