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24 de novembro de 2025 - 15h43
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ECONOMIA

Galípolo diz que Banco Central deve atuar com técnica e sem se deixar levar por pressões externas

Presidente do BC defende independência da instituição e reitera compromisso com meta de inflação

24 novembro 2025 - 15h25Eduardo Laguna, Francisco Carlos de Assis e Daniel Tozzi
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central - Paulo Pinto/Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (24), durante evento com banqueiros em Brasília, que a autoridade monetária deve manter uma atuação técnica e não se deixar influenciar por pressões externas, como críticas da opinião pública ou demandas políticas sobre a taxa de juros.

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“É importante o Banco Central não se emocionar e não fazer movimentos por questões midiáticas ou de mobilização”, declarou Galípolo, durante almoço anual promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo ele, o foco da instituição deve ser o cumprimento rigoroso do mandato de controle da inflação, com base em dados e critérios técnicos. “A função do BC é levar a inflação para a meta, com transparência e responsabilidade, sem se deixar levar pelo clamor popular”, completou.

Pressão e independência - Em um contexto de críticas recorrentes ao nível da taxa Selic — atualmente em 15% ao ano — Galípolo reforçou que os membros da diretoria do BC precisam estar preparados para lidar com pressões. “Se você está em uma posição em que muitos são afetados pelas suas decisões, haverá críticas. E se isso incomoda, o Banco Central não é o lugar certo”, destacou.

O presidente também disse que é natural a existência de diferentes opiniões sobre a condução da política monetária, inclusive dentro do próprio governo. “O debate é legítimo e democrático. Se o governo não puder falar ou propor, quem vai poder?”, questionou.

Desafios superados e riscos reduzidos - Fazendo uma retrospectiva de 2025, Galípolo afirmou que o BC enfrentou diversos desafios no cumprimento de seu papel. Ele citou desde questionamentos sobre a eficácia da política monetária até incertezas sobre a estabilidade financeira.

“Chegamos ao fim do ano com riscos de cauda mais magros, com menos dúvidas e maior convicção de que a política monetária funciona”, afirmou, referindo-se à redução das ameaças externas e ao fortalecimento da credibilidade da instituição.

O presidente destacou que, mesmo diante de um cenário de economia mais resiliente do que o esperado, o BC manteve o compromisso com a estabilidade e soube reagir com prudência e técnica. Ele agradeceu o trabalho do diretor de Fiscalização do BC, Ailton Aquino, e disse que a autarquia seguirá pronta para enfrentar qualquer novo desafio.

'Último zagueiro' - Reforçando a independência institucional do BC, Galípolo usou uma metáfora para explicar o papel da autarquia: “O Banco Central é o último zagueiro. A bola não pode passar. E se fizer bem esse papel, será criticado pelos dois lados, não importa o momento ou a decisão”.

Apesar de não indicar possíveis cortes na taxa Selic, o presidente do BC afirmou que a política monetária seguirá sendo guiada pelos dados econômicos e pelas metas estabelecidas, sem interferências externas.

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