
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reafirmou nesta quarta-feira (6), no Rio de Janeiro, que o Pix é uma infraestrutura estratégica para o Brasil e deve continuar sob gestão pública. Ele destacou que o sistema de transferências instantâneas, criado e administrado pelo BC, é essencial para a segurança e funcionamento do sistema financeiro nacional, especialmente para evitar conflitos de interesse.

"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento", afirmou Galípolo.
Pix é garantia de imparcialidade e transparência
Galípolo destacou que manter o Pix sob a gestão do Banco Central é fundamental para evitar que empresas privadas possam influenciar decisões estratégicas, como a inclusão ou exclusão de participantes do sistema.
"É muito importante que o Pix permaneça como uma infraestrutura pública digital, desenvolvida pelo Banco Central. Caso fosse gerido por uma empresa privada, poderiam surgir conflitos de interesse a cada decisão", argumentou.
O presidente do BC também lamentou a circulação de fake news sobre o sistema, enfatizando que muitas das críticas ao Pix são baseadas em informações distorcidas e que a falta de compreensão tem alimentado discussões falsas.
"Infelizmente, estamos em um momento onde as narrativas falsas se espalham mais rápido do que os fatos reais", comentou.
Pix e inclusão financeira
Galípolo aproveitou para ressaltar o impacto positivo do Pix na inclusão financeira no Brasil. Com mais de 858 milhões de chaves cadastradas e uma média de 250 milhões de transações diárias, o sistema tem ampliado significativamente o acesso da população ao sistema bancário, principalmente em regiões menos atendidas.
Complementaridade com outros meios de pagamento
Sobre a relação do Pix com outras formas de pagamento, Galípolo negou qualquer rivalidade com os cartões de crédito e débito. Ele ressaltou que, desde a introdução do Pix em 2020, o número de transações com cartões tem crescido ainda mais, o que comprova que o sistema complementa e não prejudica os outros meios de pagamento.
"Os cartões de débito e crédito continuam apresentando taxas de crescimento maiores do que antes do Pix", explicou.
Investigação internacional
No entanto, o Pix também está no centro de uma investigação comercial dos Estados Unidos. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA pediu esclarecimentos ao governo brasileiro sobre possíveis barreiras ao comércio e a empresas financeiras dos Estados Unidos, questionando se o Pix oferece vantagens indevidas a empresas brasileiras de pagamento eletrônico.
A investigação pode afetar a competitividade de empresas de pagamentos dos EUA, que podem sentir impactos devido à preferência do Brasil por plataformas locais como o Pix.
