tjms
REDIRECIONAMENTO

Frigoríficos de MS realocam produção após suspensão de embarques aos EUA

Indústrias ajustam estratégias para manter funcionamento diante da interrupção das exportações; setor cobra ação rápida do governo federal

16 julho 2025 - 16h50Carlos Guilherme
Produção em frigoríficos de MS será redirecionada após suspensão dos embarques para os Estados Unidos
Produção em frigoríficos de MS será redirecionada após suspensão dos embarques para os Estados Unidos - (Foto: Divulgação)

Frigoríficos de Mato Grosso do Sul que atuam no comércio internacional estão redirecionando sua produção para outros mercados, após decidirem ontem (15) suspender, de forma preventiva, os embarques de carne bovina aos Estados Unidos. A informação foi confirmada nesta tarde (16) pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sicadems), que representa o setor no estado.

Canal WhatsApp

As empresas estão concentrando esforços na redistribuição da produção para o mercado interno e também para novos destinos no exterior. A decisão busca reduzir os impactos econômicos da medida, garantir a operação das plantas e evitar paralisações na cadeia produtiva.

Segundo o Sicadems, o redirecionamento da carne bovina congelada e desossada tem como objetivo preservar empregos e manter o fluxo de abates e processamento nas unidades industriais. A busca por novos compradores já está em curso, assim como o reforço na oferta para o mercado brasileiro.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump A tarifa de 50% foi implantada pelo presidente dos EUA, Donald Trump - (Foto: Reprodução)

O sindicato afirmou que essa reorganização é uma resposta imediata à instabilidade provocada pela recente barreira tarifária imposta pelos Estados Unidos, ainda sem previsão de reversão. "Embora a suspensão dos embarques tenha sido preventiva, o cenário ainda é considerado incerto pelas indústrias", diz o comunicado.

Dados do primeiro semestre de 2025 mostram que os Estados Unidos representaram 45% das exportações de carne bovina feitas por frigoríficos sul-mato-grossenses. Foram movimentados aproximadamente US$ 142 milhões entre janeiro e junho, segundo números do próprio setor.

"Esse volume coloca o mercado americano como o segundo principal destino da carne produzida no estado. Por isso, a suspensão dos embarques afeta não apenas as indústrias, mas também a economia regional, que depende da atividade agroindustrial como uma de suas principais fontes de geração de renda e empregos", afirma a nota.

Diante do cenário, o Sicadems cobra medidas urgentes do governo brasileiro para buscar uma solução junto às autoridades norte-americanas. A expectativa é de que sejam adotadas estratégias diplomáticas ou comerciais capazes de evitar prejuízos maiores à agroindústria nacional.

"Sem uma resposta institucional, toda a cadeia produtiva da carne bovina poderá enfrentar impactos severos, com reflexos diretos em trabalhadores, fornecedores, produtores rurais e demais setores ligados ao agronegócio no Estado", finaliza.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop