
O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, pediu que o governo brasileiro negocie mais 90 dias de prazo antes da nova tarifa de 50% dos Estados Unidos começar a valer. A medida dos americanos deve entrar em vigor no dia 1º de agosto e pode causar prejuízo para as empresas brasileiras que exportam produtos para lá.

O assunto foi discutido numa reunião na segunda-feira (14), em Brasília, com a presença da secretária executiva do Ministério da Indústria, Tatiana Prazeres, do presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, além de representantes de várias federações do país.
Segundo Longen, empresas brasileiras já começaram a cancelar o envio de mercadorias para os Estados Unidos, com medo de que os produtos cheguem após o início da nova tarifa e fiquem mais caros automaticamente. “Isso atrapalha a produção e pode trazer problemas econômicos. Pedimos que o governo brasileiro tentasse resolver isso com diálogo, e não com confronto direto”, explicou.
Mesmo com o pedido, o chamado “Decreto de Reciprocidade” — resposta do Brasil à tarifa americana — foi publicado nesta terça-feira (15). Agora, o setor industrial espera uma nova reunião nas próximas horas para tentar negociar um prazo maior, o que ajudaria a garantir os embarques já marcados e daria tempo para as negociações diplomáticas acontecerem.
“Estamos tentando conseguir um tempo maior para conversar e não prejudicar as exportações que já estavam programadas”, completou Longen.
Entenda o caso - No fim de junho, os Estados Unidos anunciaram que vão aplicar uma tarifa extra de 50% sobre vários produtos importados do Brasil. Como resposta, o Brasil também publicou uma medida parecida. Esse tipo de ação é chamada de “retaliação comercial” e costuma acontecer quando os países não conseguem chegar a um acordo.
O problema é que, com pouco tempo até a mudança começar, muitas empresas ficaram inseguras e estão parando de exportar para evitar prejuízos. Os setores mais afetados devem ser os de alimentos, roupas, calçados, produtos químicos e metalúrgicos.
A Fiems alerta que, se nada for feito, a economia de várias regiões pode ser prejudicada.
