
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Sérgio Longen, manifestou preocupações sobre o pacote Brasil Soberano, anunciado pelo governo federal para aliviar os impactos da elevação de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, que prevê o direcionamento de R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito mais acessível, não foi bem recebida por Longen, que exige mais detalhes e condições favoráveis para o setor.

Longen expressou suas dúvidas sobre a taxa de juros a ser aplicada pelo governo. “Ainda não sabemos qual será a taxa de juros, mas é essencial que sejam oferecidos juros mais baixos do que a Taxa Selic, para que as empresas não enfrentem dificuldades para sobreviver ao impacto das tarifas. O mercado internacional opera com juros de 3% a 4% ao ano, e esperamos algo semelhante", afirmou o presidente da FIEMS.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (13) a Medida Provisória Brasil Soberano
O pacote anunciado também inclui o aumento da restituição de tributos federais, mas Longen questionou a eficácia e a transparência das medidas. Ele ressaltou que, apesar de o governo informar que os R$ 30 bilhões virão de rendimentos do BNDES, a falta de clareza sobre a taxa de juros e as condições de crédito ainda deixa muitas dúvidas.
Além disso, Longen criticou a postura do governo em relação à política de exportação brasileira, que, segundo ele, carece de segurança jurídica. "O governo federal promete garantir a segurança jurídica até 2026, mas o setor precisa de garantias reais e imediatas. As empresas precisam de um suporte contínuo, não apenas promessas de ações no futuro", explicou.
