
Na tarde desta quinta-feira, 24, o Conselho Curador do FGTS aprovou a destinação de R$ 12,9 bilhões para as contas vinculadas de 134 milhões de trabalhadores. O valor representa 95% do resultado positivo do fundo no exercício de 2024, que totalizou R$ 13,6 bilhões. O crédito será feito pela Caixa Econômica Federal até o dia 31 de agosto, beneficiando os trabalhadores com uma rentabilidade de 6,05% (composta por 3% + TR + Distribuição de Resultados).

O valor de R$ 12,9 bilhões é o segundo maior desde 2016 e está acima da média de distribuições dos últimos anos, que foi de R$ 10,3 bilhões entre 2016 e 2023. No ano passado, o FGTS distribuiu R$ 15,2 bilhões dos lucros de 2023, representando 65% do lucro recorde de R$ 23,4 bilhões obtido em 2023.
A rentabilidade de 6,05% de 2024 foi a maior desde 2016, superando o IPCA em 3,16 pontos percentuais. De acordo com a legislação, a remuneração do FGTS é calculada com base na TR (Taxa Referencial) somada a 3%, mais a distribuição de resultados. No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em junho de 2024 determinou que, caso esse cálculo não repusesse o IPCA, o Conselho Curador deveria definir a compensação. A medida se aplica apenas aos depósitos realizados após a decisão, e os recursos restantes do lucro formarão uma reserva técnica para compensar os anos em que a rentabilidade do FGTS ficar abaixo da inflação.
Crescimento da arrecadação e saques
O FGTS registrou a maior arrecadação de sua história em 2024, com R$ 192 bilhões, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. O crescimento foi impulsionado pelo aumento do número de trabalhadores com emprego formal e pelos maiores salários, conforme os dados do Caged e IBGE. Ao mesmo tempo, os saques do fundo aumentaram 15%, totalizando R$ 163,3 bilhões. O aumento foi impulsionado pela calamidade no Rio Grande do Sul e pelo saque-aniversário, que segue em crescimento.
