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POLÍTICA MONETÁRIA

Fed de Atlanta vê espaço para corte leve nos juros ainda este ano, diz Bostic

Presidente do Fed regional sinaliza possível redução de 25 pontos-base, mas alerta para pressão inflacionária vinda de tarifas e serviços

3 setembro 2025 - 14h00Pedro Lima
Presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, diz que corte de juros dependerá dos próximos dados da economia
Presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, diz que corte de juros dependerá dos próximos dados da economia - REUTERS/Christopher Aluka Berry
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O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou nesta quarta-feira (3) que a política monetária dos Estados Unidos encontra-se em um nível "marginalmente restritivo", e indicou que pode haver uma redução moderada na taxa básica de juros ainda em 2025. A declaração faz parte de seu discurso trimestral, no qual avaliou que a economia americana vive um "período de transição", com riscos mais equilibrados entre inflação e mercado de trabalho.

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Bostic mencionou que uma eventual flexibilização monetária deverá ser "modesta", provavelmente de 25 pontos-base, e reforçou que qualquer decisão será tomada com base nos dados que vierem a público nos próximos meses.

Inflação acima da meta e impacto das tarifas

A inflação segue como uma das principais preocupações. O índice de preços de gastos com consumo (PCE), usado como referência pelo Fed, está acima da meta de 2% há quatro anos. Bostic apontou os preços de serviços como os mais resistentes à queda, e chamou atenção para o impacto de tarifas de importação, que hoje variam entre 15% e 18%.

"O enigma com que estou lidando é se esses efeitos inflacionários das tarifas vão passar rapidamente ou se revelarão mais persistentes", afirmou. Ele acrescentou que pesquisas recentes do próprio Fed de Atlanta indicam aumento nas expectativas de preços entre empresários, o que pode gerar um movimento mais amplo de alta inflacionária.

Mercado de trabalho ainda sólido

Na avaliação de Bostic, o mercado de trabalho americano mostra sinais de desaceleração, mas sem perda estrutural. A taxa de desemprego continua pouco acima de 4%, patamar considerado próximo do pleno emprego, mesmo com a oferta de mão de obra em queda.

"Se a demanda e a oferta de trabalho estão desacelerando de modo que a taxa de desemprego permanece estável, então o mercado não enfraqueceu significativamente", analisou o dirigente.

Cenário de transição e cautela nas decisões

Para Bostic, o momento exige cautela. A economia americana, segundo ele, está em um ponto de transição, com sinais mistos que exigem atenção redobrada. Ele reiterou que o Fed continuará adotando uma abordagem baseada em dados, observando os desdobramentos na inflação, no consumo e no emprego antes de definir o próximo passo na política monetária.

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