
Produtos agrícolas que não são cultivados nos Estados Unidos, como café, manga, abacaxi e cacau, poderão entrar no país sem a cobrança de tarifas de importação. A possibilidade foi mencionada nesta terça-feira (29) pelo secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, durante entrevista à rede CNBC.

Segundo ele, o governo está disposto a negociar acordos comerciais específicos com nações que exportam bens que os EUA não produzem. “Se um país produz algo que nós não produzimos, isso pode entrar com tarifa zero. Se fizermos um acordo com um país que produz manga ou abacaxi, então eles podem entrar sem tarifas. Café e cacau são outros exemplos”, explicou o secretário.
Apesar de não citar países diretamente, a declaração pode ter impacto direto nas exportações brasileiras. O Brasil é um dos maiores fornecedores de café ao mercado norte-americano e, caso essa isenção seja formalizada, o produto pode ganhar ainda mais competitividade.
Nova rodada de tarifas entra em vigor em 1º de agosto
Lutnick reforçou que o governo do presidente Donald Trump manterá o prazo estabelecido para a aplicação de novas tarifas de importação. A data limite para negociações com parceiros comerciais é a próxima sexta-feira, 1º de agosto. A partir desse dia, começam a valer as novas taxações para os países que não chegarem a um acordo com os Estados Unidos.
“O prazo é definitivo. Sexta-feira é o dia em que definiremos todas essas tarifas, e a partir daí elas entram em vigor”, afirmou o secretário. Ele acrescentou que, apesar do endurecimento nas políticas comerciais, o país segue aberto a negociações mesmo após a aplicação das taxas.
Brasil sofre tarifa de 50% e ainda não fechou acordo
De acordo com Lutnick, o Brasil atualmente é um dos países mais impactados pelas novas medidas comerciais. Uma tarifa de 50% já foi aplicada sobre todas as exportações brasileiras para os EUA, e até o momento não houve entendimento para reverter ou reduzir esse percentual.
A única exceção no cronograma de negociações é a China, que tem tratado suas questões comerciais em um processo separado. “Temos nossa própria equipe trabalhando com a China. Eles são um caso à parte. Mas para o resto do mundo, vamos resolver tudo até sexta-feira”, declarou o secretário.
