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TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Mesmo com corte, PAC mantém ritmo de projetos de energia limpa em MS

Estado já recebeu mais da metade dos R$ 3,3 bilhões previstos até 2026 e consolida papel estratégico na transição energética nacional

9 outubro 2025 - 10h00Redação
Mesmo com corte, PAC mantém ritmo de projetos de energia limpa em Mato Grosso do Sul
Mesmo com corte, PAC mantém ritmo de projetos de energia limpa em Mato Grosso do Sul - (Foto: Divulgação)

O Novo PAC, principal programa de investimentos do governo federal, passou por uma revisão criteriosa que impactou os números de Mato Grosso do Sul. Dos R$ 15,7 bilhões inicialmente anunciados para transição e segurança energética, o valor agora previsto é de R$ 3,3 bilhões até 2026. Mesmo com o ajuste, o Estado segue como referência nacional em energia limpa e sustentável.

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A reclassificação feita pela Casa Civil levou em conta apenas os investimentos com impacto direto em Mato Grosso do Sul. Antes, também entravam na conta os recursos aplicados em projetos com efeitos nacionais. Com isso, o total de investimentos previstos no Estado caiu de R$ 44,7 bilhões para R$ 24,2 bilhões. A decisão busca dar mais precisão e transparência aos dados, priorizando aquilo que, de fato, chega ao território sul-mato-grossense.

Do montante para transição energética, mais da metade já foi executada: R$ 1,75 bilhão aplicados em 13 projetos. A Casa Civil garante que o Novo PAC continua firme, com monitoramento contínuo para assegurar a entrega das obras. A meta é clara: promover desenvolvimento com inclusão social, geração de renda e sustentabilidade.

Entre os empreendimentos já entregues está a inovadora termelétrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo. Movida a licor negro, um subproduto da indústria de papel e celulose, a usina é hoje a segunda maior do Brasil em geração de energia a partir de biomassa, com 384 megawatts de capacidade instalada. Metade da produção é suficiente para abastecer até 2 milhões de brasileiros via Sistema Interligado Nacional.

Outra entrega marcante foi a Pequena Central Hidrelétrica de Paraíso das Águas, com 22 MW de potência e investimento de R$ 258 milhões, metade oriunda do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste. Maracaju também recebeu uma nova termelétrica renovável. Os demais projetos em andamento incluem a modernização da iluminação pública de Corumbá, novas plantas de etanol de segunda geração e outras termelétricas com foco em eficiência e sustentabilidade.

Além do apoio federal, empresas privadas têm fortalecido esse ecossistema. A (re)energisa, braço de inovação do Grupo Energisa, destaca-se no setor solar. O Estado já ultrapassou 1,6 GW de potência instalada em geração solar e tornou-se o terceiro maior polo da companhia. Com 17 usinas em operação e 82,44 MW de capacidade, a (re)energisa contribui diretamente para tornar Mato Grosso do Sul um dos líderes nacionais em energia limpa.

“Com alta incidência solar, áreas disponíveis e ambiente de negócios favorável, o Estado virou uma vitrine nacional em geração solar”, disse Camila Schoti, diretora da empresa. A companhia também oferece soluções acessíveis, como a assinatura de energia solar compartilhada, que pode reduzir a conta de luz em até 25%. A modalidade já atende cerca de 3 mil unidades no Estado, principalmente pequenos e médios comércios.

A aposta no futuro verde também tem respaldo da ciência. Márcio Pereira, presidente da Fundect e do Confap, lembra que o Estado tem metas ousadas, como atingir a neutralidade de carbono até 2030. A fundação já investiu R$ 22 milhões em pesquisas ligadas à transição energética, mudanças climáticas e carbono neutro.

Direto de Kyoto, onde participa de um fórum internacional sobre ciência e tecnologia, Pereira reforça: “Mato Grosso do Sul está no caminho certo ao traçar metas ambiciosas de carbono zero”.

Os números mostram que o plano está dando certo. Relatório do Observatório de Inovação em Bioeconomia apontou que, em 2024, Mato Grosso do Sul liderou a redução de emissões de gases de efeito estufa no país: queda de 6,6%, puxada pelo uso crescente de etanol. Luciano Rodrigues, da FGV, explicou que o aumento do teor de biodiesel e a produção de biocombustíveis vêm consolidando o Estado como referência nacional em descarbonização.

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