
Uma comitiva com cerca de 130 empresários brasileiros embarca nesta semana para os Estados Unidos em missão organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O objetivo é buscar alternativas para reverter a tarifa de 50% imposta a diversos produtos do Brasil, em especial dos setores de máquinas, madeira, cerâmica e café.

A programação inclui encontros com parlamentares americanos, reuniões bilaterais com instituições parceiras, audiência na embaixada do Brasil e participação em audiência pública relacionada à investigação contra o Brasil conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), com base na Seção 301 da Lei de Comércio americana.
Agenda começa nesta quarta no Capitólio
As atividades oficiais começam nesta quarta-feira (3), com uma reunião às 10h no Capitólio. Em seguida, entre 12h e 16h, a delegação participa de reuniões bilaterais com instituições dos dois países. Às 16h, os empresários se encontram com a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti.
Ao longo do dia, a CNI também será representada na audiência pública do USTR sobre a investigação contra o Brasil, que inclui temas como comércio digital, pagamentos eletrônicos, propriedade intelectual, tarifas preferenciais e questões ambientais.
CNI contesta investigação dos EUA
A CNI já apresentou defesa técnica ao USTR, alegando que o Brasil não pratica ações desleais e que não há fundamentos jurídicos para a imposição das tarifas adicionais. A entidade também afirma que o comércio entre os dois países é equilibrado e benéfico, com superávit para os EUA.
"Nosso papel é contribuir tecnicamente para as negociações", afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban. “As economias brasileira e americana são complementares, e precisamos garantir relações comerciais justas e equilibradas.”
Encontro empresarial ocorre na quinta
Na quinta-feira (4), a agenda segue com o Diálogo Empresarial Brasil-EUA, a partir das 8h45. O evento contará com a presença de líderes do setor industrial dos dois países, incluindo o presidente da CNI, o vice-presidente executivo da US Chamber of Commerce, Neil Bradley, o CEO da Amcham Brasil, Abraão Árabe Neto, e a diretora global da Dow, Lisa Schroeter.
Haverá também uma mesa com representantes de setores diretamente afetados pelas tarifas, como cerâmica, madeira e máquinas.
Representação de peso do setor produtivo
A missão inclui dirigentes de oito federações estaduais da indústria (como Fiesp, Firjan, Fiemg e Fiesc) e representantes de associações setoriais, como Abimaq, Abrinq, Abiec, Cecafé e Anfacer. Empresas como Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy também integram o grupo.
