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EMPREENDIMENTO

Empresa produtora de energia renovável anuncia investimento de R$ 225,7 mi em biometano em MS

Até 2027, serão construídos dois novos biodigestores com capacidade para produzir até 30 mil Nm³ de biometano por dia

11 julho 2024 - 13h20Iury de Oliveira e Rafael Rodrigues
Até 2027, serão construídos dois novos biodigestores com capacidade para produzir até 30 mil Nm³ de biometano por dia
Até 2027, serão construídos dois novos biodigestores com capacidade para produzir até 30 mil Nm³ de biometano por dia - (Foto: Rafael Rodrigues)

Em breve Mato Grosso do Sul terá um novo empreendimento na produção de biogás e biometano. A Adecoagro confirmou um investimento de R$ 225,7 milhões para expandir sua planta em Ivinhema, a 230 km de Campo Grande. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (11) durante um evento na unidade da empresa.

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Autoridades participaram do evento de anúncio do empreendimento - (Foto: Rafael Rodrigues)

Até 2027, serão construídos dois novos biodigestores com capacidade para produzir até 30 mil Nm³ de biometano por dia, substituindo aproximadamente 8 milhões de litros de diesel por ano na frota da empresa.

Luis Felipe Colturato é o diretor da divisão de biogas da Adecoagro Brasil - (Foto: Rafael Rodrigues)

Para o vice-presidente de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro no Brasil, Renato Junqueira Santos Pereira, o investimento reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a inovação. "A expansão futura será importante para o desenvolvimento da cadeia agro, melhorando a educação e a infraestrutura nas cidades onde operamos. Continuamos otimistas com o Estado e, especificamente, com o Vale de Ivinhema. Além de Ivinhema, a Usina de Angélica também está envolvida. O projeto de expansão, com investimentos de cerca de R$ 225 milhões, aumentará nossa produção cinco vezes e está alinhado com uma economia moderna e de baixo carbono, ajudando o Estado a alcançar a neutralidade de carbono até 2030. Além disso, continuará gerando empregos e progresso para essa região em crescimento", diz.

O vice-presidente de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro no Brasil, Renato Junqueira Santos Pereira - (Foto: Rafael Rodrigues)

Em Ivinhema, cerca de 130 equipamentos são abastecidos com biometano. Atualmente, a produção utiliza apenas 5% da disponibilidade do resíduo da cana processada pela usina, mas com a expansão, o reaproveitamento da vinhaça atingirá 20%. A expectativa é que a partir de 2028, a frota da empresa movida a biometano deixe de emitir cerca de 26 mil toneladas de CO2 por ano, economizando aproximadamente R$ 50 milhões por ano na compra de combustível fóssil. Além dos benefícios ambientais, o projeto gerará cerca de 120 novos postos de trabalho durante o período de expansão e operação.

O governador Eduardo Riedel (PSDB), presente na cerimônia, elogiou a iniciativa. "Isso é uma revolução, porque dá a dimensão do que pode acontecer com o setor de bioenergia, não só no Mato Grosso do Sul, mas como no Brasil afora. Nós já temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, sustentáveis. E o Mato Grosso do Sul larga na frente com esse investimento e com outros que já foram anunciados por outras empresas e que nós estamos estudando agora como inserir na rede de energia do Estado. Nós temos gasoduto, nós temos rede nas grandes cidades. E pensando agora um desafio na logística operacional para fazer isso numa escala muito maior e poder exportar biogás para os outros estados", afirmou.

Governador Eduardo Riedel - (Foto: Rafael Rodrigues)

Neste ano, o Estado concedeu um incentivo inédito referente à redução da base de cálculo do ICMS e crédito outorgado para o biogás e o biometano, passando de 17% para 12% (saídas internas), com crédito outorgado de 85% (saídas internas) e 90% nas saídas interestaduais.

"Temos uma matriz de floresta plantada que se chama papel e celulose, extremamente vigorosa do setor de bioenergia, com as suas mais de 20 unidades em produção, gerando o combustível genuinamente brasileiro, o etanol, que já é um combustível renovável, juntamente com a produção de energia a partir de bagaço, que é outra grande inovação brasileira, exportando energia para outros estados, trabalhando com açúcar a partir da sua base agrícola extremamente eficiente. E agora o biometano a partir da vinhaça fecha um ciclo de sustentabilidade", diz o Chefe do Executivo.

"O setor de bioenergia é um dos que protagonizam essa transformação junto com outros setores que vêm somando a nossa produção de proteínas animais, gerando gás e biometano, também com alta eficiência na nossa produção de grãos e plantio direto com a fixação de carbono no solo. Então veja que todas as nossas atividades estão muito vinculadas à capacidade de reter carbono de baixa emissão e contribuir com uma economia verde, que é um exemplo para o mundo inteiro", complementa.

Para o presidente da Biosul, Amaury Pekelman o investimento vai trazer diversos resultados para MS. “É uma satisfação participar desse momento, que demonstra a consolidação das atividades de uma das usinas com maior capacidade de produção no Estado, uma das maiores empregadoras e que continua investindo aqui há mais de 15 anos, qualificando pessoas, gerando novas oportunidades de emprego e promovendo o desenvolvimento local com responsabilidade e um olhar inovador. Isso, sem dúvida, é fruto também do bom ambiente institucional que temos aqui”, disse.

A expansão do potencial de produção de biogás e biometano a partir de resíduos da cana também atraiu a Atvos, que anunciou recentemente um investimento de R$ 350 milhões para a construção de sua primeira unidade de biometano em Nova Alvorada do Sul.

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