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ECONOMIA

Embraer descarta demissões e aposta em tarifas zeradas para reduzir impacto de taxação dos EUA

Aeronáutica brasileira se mantém confiante após alívio de tarifas

5 agosto 2025 - 11h40
EMBRAER
EMBRAER - (Foto: Reuters)
Terça da Carne

A Embraer, maior fabricante de aeronaves brasileira, anunciou nesta terça-feira (5) que não planeja realizar demissões no Brasil em 2025, apesar do impacto das tarifas sobre seus produtos exportados aos Estados Unidos. Francisco Gomes Neto, diretor-executivo da companhia, garantiu que a empresa está focada em restaurar a tarifa zero, que vigorou por 45 anos, após um recente alívio das tarifas, passando de 50% para 10%.

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Durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre, Gomes Neto destacou que a Embraer emprega 18 mil pessoas no Brasil e que a recente taxação de 10% imposta pelo governo de Donald Trump gerou um custo de US$ 65 milhões (cerca de R$ 350 milhões), mas ressaltou que isso é um alívio em relação ao tarifaço anterior. "Voltamos para uma situação mais gerenciável, tanto que já incluímos o impacto das tarifas nas nossas projeções financeiras", afirmou o executivo.

Tarifa de 10% e impacto nas vendas

A Embraer exporta metade de sua produção para os Estados Unidos, que absorve 70% dos jatos executivos da companhia e 45% das aeronaves comerciais. A taxação de 10% afetou principalmente as vendas de peças de aviões executivos, mas o impacto foi mais significativo no primeiro semestre de 2025, quando 20% do valor foi sentido. No restante do ano, 80% desse impacto será registrado.

Apesar disso, Gomes Neto afirmou que a empresa não alterará seus planos de produção e entrega. “Estamos mantendo o nosso guidance para o ano, e para atendê-lo temos que entregar todos os aviões planejados. No momento, está completamente fora dos nossos planos qualquer tipo de alteração ou redução de quadro por causa da redução de produção”, explicou.

Investimentos nos Estados Unidos e novas perspectivas

A Embraer continua a apostar na manutenção de sua posição estratégica no mercado americano, que é o maior mercado de aviação do mundo. A empresa planeja investir US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) em suas fábricas em Dallas, Texas, e Melbourne, Flórida, até 2030, com a previsão de contratação de 5,5 mil novos funcionários. O executivo também mencionou a possibilidade de incluir o KC-390, um avião militar, na frota aérea dos Estados Unidos, o que poderia gerar mais US$ 500 milhões em investimentos e a criação de 2,5 mil novos postos de trabalho.

Gomes Neto acredita que negociações com o governo dos EUA, por meio do governo brasileiro e diretamente com os americanos, podem restaurar a tarifa zero, o que reduziria o impacto de impostos sobre os produtos da Embraer e ajudaria a empresa a se manter competitiva. A expectativa é de um saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os americanos até 2030, uma vez que a Embraer compra mais nos EUA do que vende para o país.

No segundo trimestre de 2025, a Embraer entregou 61 aeronaves, 14 a mais que no mesmo período de 2024. As estimativas para este ano incluem a entrega de 77 a 85 aviões comerciais e 145 a 155 jatos executivos. A carteira total de pedidos atingiu US$ 29,7 bilhões, a maior da história da empresa.

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