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COMERCIO INTERNACIONAL

Embraer contesta investigação do USTR e defende que restrições aos EUA são prejudiciais

A Embraer rebate acusações dos EUA e afirma que tarifas não afetam comércio de aeronaves civis

18 agosto 2025 - 16h35Alvaro Gribel
A Embraer rebate acusações de práticas comerciais desleais dos EUA e destaca impacto nas relações comerciais.
A Embraer rebate acusações de práticas comerciais desleais dos EUA e destaca impacto nas relações comerciais. - (Foto: Estadão)

A Embraer protocolou, nesta segunda-feira, 18, uma resposta ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), onde afirmou que a imposição de restrições ao comércio da empresa seria "diretamente contrária aos interesses" dos próprios Estados Unidos. A gigante brasileira da aviação está sendo investigada por supostas práticas comerciais desleais dentro dos termos da Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, dos EUA. A investigação ocorre mesmo após a empresa ser excluída do tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump ao Brasil, mas ainda sendo atingida pela alíquota de 10%.

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O que está sendo investigado?

A investigação do USTR aponta seis tópicos relacionados às políticas comerciais do Brasil, incluindo o acesso ao mercado de etanol, desmatamento ilegal, falhas na fiscalização de anticorrupção, tarifas preferenciais injustas, proteção da propriedade intelectual e políticas relacionadas ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico como o Pix. A Embraer se defende, afirmando que suas operações não têm relação com nenhuma das alegações apresentadas pelos EUA.

Defesa da Embraer e impacto no comércio

A Embraer defende que, no caso do comércio de produtos para aeronaves civis, não se beneficia de tarifas preferenciais injustas, pois o Brasil adota tarifa zero para produtos de aeronaves civis com seus parceiros comerciais. Além disso, a empresa argumenta que o Brasil possui um déficit comercial com os Estados Unidos, estimado em US$ 8 bilhões entre 2025 e 2030, em um cenário de tarifa zero. A Embraer é uma grande importadora de produtos e serviços americanos, que são parte essencial de sua linha de produção.

Além disso, a Embraer mantém uma operação significativa nos Estados Unidos, com uma subsidiária EAH em Fort Lauderdale, desde 1979, e atualmente suporta cerca de 12,5 mil empregos nos EUA, com planos de gerar mais 5 mil empregos nos próximos 5 anos.

A defesa do governo brasileiro

O governo brasileiro também protocolou uma defesa no USTR e buscará refutar as alegações sobre o Pix, apontando que a ferramenta é uma inovação competitiva e inclusiva. O governo também comparará as políticas comerciais com as commodities agrícolas, destacando o superávit comercial dos EUA com o Brasil e a alíquota zero de 8 dos 10 principais produtos americanos importados.

A investigação do USTR é vista pelo governo como uma estratégia econômica dos EUA para embasar a tarifa adicional e dificultar a resolução de contenciosos comerciais locais.

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