
A aprovação do Projeto de Lei 1087/25, que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil e reduz a cobrança para quem ganha até R$ 7.350, foi classificada como um avanço histórico por economistas e representantes do setor produtivo. O texto foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados e agora segue para o Senado.

Especialistas consultados avaliam que a mudança traz alívio imediato ao bolso dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, pode ter impacto positivo na economia. Segundo o economista Pedro Rossi, da Unicamp, a medida mostra que a sociedade e a política estão mobilizadas para rever a tributação no país.
De acordo com cálculos do Ipea, famílias de classe média baixa terão um respiro mensal médio de R$ 350 a R$ 550. Quem recebe R$ 5 mil, por exemplo, deixará de pagar R$ 312,89 por mês em imposto (R$ 4.067 ao ano).
Na visão de Luiz Gonzaga Belluzzo, também da Unicamp, além de aliviar a renda das famílias, a medida tem caráter distributivo e pode impulsionar o crescimento econômico sem gerar pressão inflacionária significativa, já que tende a estimular investimentos produtivos.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) elogiou a proposta por beneficiar trabalhadores de menor renda, mas manifestou preocupação com o impacto sobre pequenas empresas caso a compensação tributária recaia sobre elas. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que a isenção corrige uma defasagem histórica da tabela do IR, que penalizava contribuintes apenas pela inflação.
Tributação dos mais ricos
Para equilibrar a renúncia fiscal estimada em R$ 25,4 bilhões, o PL prevê tributação adicional para quem recebe acima de R$ 600 mil ao ano, cerca de 141 mil contribuintes de alta renda. Para Pedro Rossi, essa taxação é positiva, mas ainda tímida diante das distorções do sistema, como a isenção ampla de lucros e dividendos.
