
O dólar iniciou a sexta-feira (21) em alta, refletindo o clima de cautela nos mercados internacionais, que acabou neutralizando a reação positiva esperada com o anúncio dos Estados Unidos de retirar a tarifa de importação de 40% sobre mais de 200 produtos agrícolas brasileiros.
Às 10h13, o dólar à vista subia 0,64%, cotado a R$ 5,3726, após abertura a R$ 5,3546 (alta de 0,30%). A decisão dos EUA, que beneficia itens como café e carnes, trouxe alívio pontual à pauta exportadora do Brasil, mas não foi suficiente para sustentar uma valorização do real frente ao dólar.
Cenário internacional instável - A pressão negativa nos mercados vem principalmente do exterior. Os investidores seguem atentos à política monetária dos Estados Unidos, após a divulgação do payroll — o relatório de empregos do país — que trouxe dados mistos: criação de vagas acima do esperado, alta na taxa de desemprego e revisões negativas em meses anteriores.
Outro fator de instabilidade é o desempenho das ações da Nvidia, que mesmo após apresentar lucro acima das estimativas, não conseguiu conter a volatilidade em Wall Street, reforçando preocupações sobre uma possível bolha no setor de tecnologia.
Além disso, as quedas nas cotações do petróleo e do minério de ferro nesta manhã também colaboram para a pressão sobre moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
Fator doméstico também pesa - Internamente, o dólar também encontra apoio na incerteza fiscal. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que a Casa deve votar na próxima terça-feira (25) um projeto de lei que regulamenta a aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.
A proposta tem impacto bilionário nas contas públicas, o que acende o alerta entre investidores diante do atual esforço do governo federal para manter o equilíbrio fiscal. O cenário contribui para o fortalecimento do dólar e aumento da percepção de risco.

