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Dólar recua após dois dias de alta, mas incertezas com as sanções dos EUA ainda pesam

A moeda norte-americana caiu 0,51% nesta quarta-feira, 20, em meio a ajustes e realização de lucros, enquanto o real segue os movimentos globais

20 agosto 2025 - 18h00Antonio Perez
Dólar recua após dois dias de alta, mas incertezas com as sanções dos EUA ainda pesam.
Dólar recua após dois dias de alta, mas incertezas com as sanções dos EUA ainda pesam. - (Foto: Estadão)
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Após dois dias consecutivos de alta, em que avançou 1,90% e superou a marca de R$ 5,50, o dólar à vista recuou 0,51% nesta quarta-feira, 20, fechando a R$ 5,4729. Segundo operadores, a queda da moeda no exterior, impulsionada por apostas em cortes de juros nos Estados Unidos, abriu espaço para ajustes e realização de lucros no mercado local.

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Embora as tensões envolvendo o Judiciário brasileiro e o governo de Donald Trump ainda pesem sobre o câmbio, operadores afirmam que os prêmios de risco já estão amplamente refletidos na taxa de câmbio. O real, que havia se distanciado do piso de R$ 5,40 na semana passada, mostrou-se mais resistente nesta quarta-feira, alinhando-se à valorização das divisas emergentes.

O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, destaca que, apesar das incertezas internas geradas pela postura do STF e das possíveis sanções dos EUA, o real tem reagido mais aos movimentos globais. "Ontem houve uma correção global do dólar, e hoje o real apenas seguiu a tendência geral de valorização", afirmou Galhardo.

No cenário internacional, a moeda americana foi impactada por uma nova ofensiva do governo Trump contra o Federal Reserve (Fed), enquanto o mercado mantém expectativas de um corte de juros em setembro, com apostas acima de 80%, segundo o CME Group. O enfraquecimento do dólar também foi influenciado pela divulgação da ata do Fed, que mostrou preocupação com o impacto inflacionário das tarifas de Trump.

Apesar das tensões diplomáticas, os investidores minimizaram o alerta do ministro Alexandre de Moraes, que sugeriu que o Brasil poderia punir bancos que bloqueassem ativos em resposta às ordens dos Estados Unidos. A aposta é que a administração Trump recuará, o que aliviaria as incertezas no mercado cambial.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, afirmou que o mercado optou por ajustes após o forte movimento de alta do dólar na véspera. "Ainda há muita incerteza em relação às sanções, mas o movimento de hoje reflete uma correção natural", completou.

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