
O dólar à vista encerrou o pregão desta quinta-feira (18) em alta moderada, cotado a R$ 5,3191, próximo de R$ 5,32. Após oscilar durante o dia, a moeda americana ganhou força no final do pregão, impulsionada por fluxos pontuais, ajustes no mercado futuro e valorização frente a outras divisas emergentes. Apesar disso, o real apresentou desempenho superior ao de pares latino-americanos e moedas fortes.

No dia, o dólar oscilou entre mínima de R$ 5,2702 e máxima de R$ 5,3201, fechando com avanço de 0,34%. No acumulado da semana, porém, a moeda registra queda de 0,65%, com perdas de 1,90% no mês e 13,93% no ano.
O cenário reflete o impacto da comunicação do Copom, que manteve a taxa Selic em 15% até o fim do ano e não revisou para baixo a projeção de inflação para o primeiro trimestre de 2027, em 3,4%, acima do centro da meta. Por outro lado, o Federal Reserve sinalizou possibilidade de novos cortes de juros em 2025, o que tende a ampliar o diferencial de juros interno e externo, fortalecendo o real no curto prazo.
Segundo a economista-chefe da Buysidebrazil, Andrea Damico, o real se beneficiou do tom mais rígido do Copom, que limita expectativas de redução de juros no Brasil, enquanto o dólar se valorizava globalmente. “Era esperado que o dólar subisse até 0,60% frente ao real, mas a moeda permaneceu praticamente estável”, comentou.
O índice DXY, que mede o dólar frente a seis divisas fortes, encerrou o dia em alta de cerca de 0,55%, próximo de 97,400 pontos. Nos EUA, a alta das taxas dos Treasuries de 10 e 30 anos pressionou moedas emergentes, com poucas exceções, como o rand sul-africano.
O economista André Perfeito observa que o mercado tende a oscilar em torno de R$ 5,30, nível considerado difícil de romper. Ele projeta que o dólar deve se desvalorizar frente ao real, mas alerta que qualquer sinal de corte de juros pelo Banco Central pode reverter o movimento.
