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30 de setembro de 2025 - 20h32
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DÓLAR

Dólar fecha estável em R$ 5,32 com cautela no exterior e disputa técnica no fim do mês

Moeda americana recua em relação a emergentes, mas segue perto de R$ 5,30; expectativa é por novos cortes de juros nos EUA

30 setembro 2025 - 18h15Antonio Perez. Colaborou Gustavo Nicoletta
Dólar.
Dólar. - (Foto: Reprodução)
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O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (30) praticamente estável, cotado a R$ 5,3230 (+0,01%). Ao longo do dia, a moeda norte-americana oscilou pouco, entre a mínima de R$ 5,3049 e a máxima de R$ 5,3336, refletindo um pregão de baixa volatilidade. No acumulado de setembro, a divisa recuou 1,83%, após queda de 3,19% em agosto. No ano, a desvalorização chega a 13,87%.

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Segundo analistas, fatores técnicos típicos de fim de mês, como a disputa pela taxa Ptax e a rolagem de contratos futuros, não chegaram a movimentar os investidores. “A sensação é a de que ninguém quis se arriscar no fim do trimestre, mantendo o dólar perto do patamar de R$ 5,30, que foi eleito pela maioria como novo nível de segurança para a taxa de câmbio”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

No cenário internacional, o dólar recuou frente a pares globais e moedas de emergentes, em meio à incerteza sobre a possibilidade de paralisação do governo dos Estados Unidos caso não haja acordo no Congresso para ampliar o teto da dívida.

Declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) reforçaram a expectativa de corte de juros em outubro. O vice-presidente do BC americano, Philip Jefferson, alertou para sinais de fraqueza no mercado de trabalho. Já Susan Collins, presidente do Fed de Boston, afirmou que pode ser necessário aliviar a política monetária ainda em 2025, embora o ritmo da flexibilização dependa dos indicadores econômicos.

O relatório Jolts, divulgado nesta terça, surpreendeu ao apontar abertura de 7,227 milhões de vagas em agosto, acima das 7,1 milhões previstas. O dado antecede a divulgação do relatório ADP, nesta quarta, e do payroll na sexta-feira (3), que deve balizar as próximas decisões do Fed.

Apesar da instabilidade externa, a avaliação é positiva para o real no curto prazo. Para André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, o ciclo de cortes de juros nos EUA e a postura cautelosa do Copom ajudam a atrair capital estrangeiro.

“Embora a Selic esteja parada, a taxa real de juros segue aumentando, porque há a percepção cada vez maior de que os riscos inflacionários estão diminuindo. Isso acaba favorecendo a moeda brasileira”, afirmou.

O economista pondera, porém, que a atividade econômica mais fraca e o campo restritivo da política monetária podem pressionar a arrecadação federal, levantando dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais em 2026.

Já o Citi projeta que a queda dos preços das commodities ampliará o déficit em conta corrente, limitando a valorização do real. O banco prevê dólar a R$ 5,44 no fim de 2025 e R$ 5,53 em 2026.

Em relatório, a instituição destacou que o fortalecimento da moeda brasileira neste ano se deve principalmente a fatores externos, como a desvalorização do Dollar Index (DXY), que caiu de 108.000 para 98.000 pontos.

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