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Dólar fecha em alta com expectativa sobre política monetária dos EUA e tensões entre Brasil e EUA

A valorização da moeda americana foi impulsionada por dados fortes dos EUA e declarações do Fed, enquanto a queda do real é parcialmente atribuída às tensões políticas recentes

21 agosto 2025 - 17h30Antonio Perez
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Dólar - (Foto: Estadão)
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O dólar à vista fechou em leve alta nesta quinta-feira, 21, marcando o final de um pregão caracterizado por flutuações de preço. A moeda americana foi favorecida por dados econômicos acima das expectativas nos Estados Unidos, que aumentaram as apostas sobre a manutenção dos juros em níveis elevados por mais tempo. A valorização do dólar também foi impulsionada pelas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que reduziram as expectativas de um corte nas taxas de juros em setembro.

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Investidores aguardam agora o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, previsto para sexta-feira, 22, no Simpósio de Jackson Hole, para ajustar suas expectativas sobre a política monetária dos EUA no restante do ano.

A pressão sobre o real também vem de tensões políticas entre os Estados Unidos e o Brasil, especialmente após sanções norte-americanas direcionadas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Na terça-feira, 19, o dólar superou a marca de R$ 5,50 pela primeira vez desde agosto, o que refletiu o impacto das incertezas políticas no câmbio.

Além disso, uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial de 2026, o que também afetou a confiança no real. A melhora nas perspectivas de Lula no cenário eleitoral gerou pressões sobre a moeda brasileira, que já vinha sofrendo com os efeitos das tensões diplomáticas.

Com a cotação variando entre R$ 5,4665 e R$ 5,4955, o dólar à vista fechou o dia em R$ 5,4791, uma alta de 0,11%. Na semana, a moeda acumulou alta de 1,50%, o que ajudou a reduzir as perdas de agosto, que chegaram a 3%, para 2,17%. No acumulado de 2025, o dólar ainda cai 11,34% frente ao real.

O cenário de cautela gerou menor liquidez no mercado cambial, o que resultou em oscilações nos preços da moeda durante o pregão. O head de banking da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, comentou que o pico de estresse no mercado, causado pela escalada das tensões entre Brasil e EUA, parece ter passado. A tranquilização dos investidores veio com declarações de banqueiros e algumas medidas tomadas pelo governo brasileiro, como a decisão do Banco do Brasil de bloquear o cartão de crédito de Moraes.

Internacionalmente, o Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de divisas fortes, subiu cerca de 0,45%, ultrapassando os 98,6 pontos. O DXY acumula alta de 0,8% na semana, mas ainda recua 1,4% no mês.

No âmbito do Federal Reserve, os presidentes das distritais de Kansas City e Cleveland, Jeff Schmid e Beth Hammack, respectivamente, sinalizaram que não há necessidade de cortes imediatos nas taxas de juros, um fator que ajudou a fortalecer o dólar no mercado global. As chances de redução nas taxas de juros para setembro, que estavam em 82% na quarta-feira, caíram para pouco mais de 70% hoje, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group.

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