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Dólar cai e fecha abaixo de R$ 5,50 com aposta em corte de juros nos EUA e apetite por risco

Expectativa de redução na taxa do Fed impulsiona moedas emergentes e favorece o real, mesmo com impacto limitado das novas tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras

6 agosto 2025 - 18h15Antonio Perez
Dólar cai e fecha abaixo de R$ 5,50 com aposta em corte de juros nos EUA e apetite por risco
Dólar cai e fecha abaixo de R$ 5,50 com aposta em corte de juros nos EUA e apetite por risco - (Foto: Envato Elements)

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (6) em queda de 0,78%, cotado a R$ 5,4632, voltando a ficar abaixo da marca de R$ 5,50 pela primeira vez desde o início de julho. A desvalorização da moeda americana refletiu o maior apetite global por risco e o avanço das apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda em 2025.

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Apesar da entrada em vigor das tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos, o impacto no câmbio foi limitado. O ambiente internacional, com sinais de enfraquecimento da economia americana e especulações sobre uma flexibilização monetária, ganhou mais peso nas decisões dos investidores.

A divulgação de dados fracos sobre o mercado de trabalho dos EUA reacendeu a expectativa de que o Fed possa começar a reduzir os juros a partir de setembro. Dois membros do banco central americano já votaram a favor de corte na última reunião, e outras autoridades do Fed, como Neel Kashkari e Lisa Cook, reforçaram esse possível movimento em declarações recentes.

O Dollar Index (DXY), que mede a força do dólar frente a seis moedas fortes, recuava cerca de 0,60% à tarde, aos 98,200 pontos — uma queda de aproximadamente 1,60% em agosto.

Com o movimento global de valorização de ativos de risco, o real se destacou entre as moedas emergentes. A economista-chefe da BuysideBrazil, Andrea Damico, avalia que o cenário externo mais favorável fortaleceu a moeda brasileira. “Temos um movimento de 'risk-on', com bolsas e moedas emergentes subindo”, disse.

Além do real, o rand sul-africano também teve bom desempenho. O peso chileno, por outro lado, caiu mais de 0,80% após o anúncio do Banco Central do Chile de um programa de ampliação de reservas internacionais.

Para o diretor de pesquisa econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, o dólar deve continuar perdendo força nos próximos meses. “O Brasil segue atrativo ao investidor estrangeiro, tanto pelo nível elevado da taxa de juros quanto pelas perspectivas de crescimento e estabilidade das contas externas”, explicou.

Segundo Oliveira, embora o Brasil tenha registrado uma saída líquida de dólares em julho (US$ 9,2 bilhões), puxada pela reação à taxação dos EUA, o fluxo cambial da semana passada já voltou a ser positivo, somando US$ 2 bilhões.

Números do câmbio

  • Fechamento do dólar: R$ 5,4632 (queda de 0,78%)

  • Mínima do dia: R$ 5,4591

  • Acumulado de agosto (até 6/8): queda de 2,46%

  • Desempenho no ano: desvalorização de 11,60% frente ao real

  • Fluxo cambial da semana passada: +US$ 2,010 bilhões

  • Fluxo cambial no ano (jan-jul): -US$ 14,646 bilhões

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