Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
19 de novembro de 2025 - 21h26
refis
COTAÇÃO

Dólar sobe a R$ 5,33 com cautela pré-feriado e incerteza sobre juros nos EUA

Adiantamento de balanço da Nvidia e atraso em dados do payroll elevam expectativa sobre Fed e fortalecem moeda americana

19 novembro 2025 - 18h45Antonio Perez
Alta do dólar reflete incerteza sobre juros nos EUA e fluxo financeiro menor antes do feriado.
Alta do dólar reflete incerteza sobre juros nos EUA e fluxo financeiro menor antes do feriado. - (Foto: Estadão)

A cotação do dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (19) em alta de 0,39%, cotado a R$ 5,3385, após atingir a máxima de R$ 5,3476 durante a tarde. A valorização da moeda americana foi impulsionada por uma combinação de fatores externos, com destaque para a expectativa em torno da política de juros dos Estados Unidos e a ausência de dados cruciais da economia americana.

Canal WhatsApp

Com o feriado do Dia da Consciência Negra nesta quinta-feira (20) e o mercado financeiro fechado no Brasil, investidores preferiram adotar uma postura mais cautelosa, o que reduziu a liquidez e intensificou a pressão sobre o câmbio. O recuo de mais de 2% nos preços internacionais do petróleo e sinais de retirada de capital da bolsa brasileira também colaboraram para a desvalorização do real.

Um dos principais pontos de tensão no mercado foi o anúncio de que o relatório de empregos de outubro dos Estados Unidos (o payroll), que deveria ser divulgado nesta semana, será adiado. O Bureau of Labor Statistics (BLS) informou que o shutdown parcial do governo americano, que durou 43 dias, atrasou a coleta e processamento dos dados. Agora, o payroll de novembro só deve ser publicado em 16 de dezembro.

Esse adiamento amplia a incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Diante da falta de informações completas sobre o mercado de trabalho, cresceu a percepção de que a autoridade monetária deve interromper o ciclo de cortes de juros em dezembro. Ferramentas de monitoramento do CME Group indicaram aumento nas chances de manutenção dos juros, que passaram de 51% para 61% após o comunicado do BLS.

“A expectativa é de que o Fed opte por manter os juros. Isso tende a reforçar o dólar diante de outras moedas”, afirma Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

O índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, como euro e iene — superou os 100 mil pontos, com alta de cerca de 0,70%, encerrando o dia próximo de 100,230 pontos.

Mesmo com a alta pontual desta quarta-feira, o real ainda apresenta um desempenho positivo em 2025. A moeda brasileira acumula queda de 13,62% no ano frente ao dólar, o segundo melhor resultado entre as principais divisas da América Latina, atrás apenas do peso colombiano. Em novembro, o dólar registra recuo de 0,78%, após avanço de 1,08% em outubro.

Para o economista-chefe do Barclays no Brasil, Roberto Secemski, o real tem sido favorecido por fatores como o cenário externo e a condução da política monetária pelo Banco Central brasileiro. Ele destaca, no entanto, que o fim de ano costuma ter um fluxo cambial negativo, o que pode pressionar a moeda local.

“O fluxo tende a ser desfavorável devido à saída de recursos, principalmente pela taxação de dividendos enviados ao exterior, que entra em vigor no ano que vem”, afirma Secemski.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central, o fluxo cambial em novembro (até o dia 14) é negativo em US$ 3,004 bilhões. No acumulado do ano, o déficit chega a US$ 15,688 bilhões, com saídas expressivas de US$ 56,876 bilhões no canal financeiro. O fluxo comercial, por outro lado, apresenta saldo positivo de US$ 41,188 bilhões.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas