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25 de novembro de 2025 - 19h15
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ECONOMIA

Dólar cai com expectativa de corte nos juros dos EUA e mercado acompanha votação de impacto fiscal n

Valorização do minério de ferro, fala de dirigente do Fed e riscos fiscais no Congresso movimentam mercado

25 novembro 2025 - 16h10Silvana Rocha
Queda do dólar reflete expectativas de corte de juros nos EUA e cenário fiscal incerto no Brasil
Queda do dólar reflete expectativas de corte de juros nos EUA e cenário fiscal incerto no Brasil - (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Terça da Carne

O dólar opera em queda no mercado à vista nesta terça-feira (25), seguindo a tendência global de desvalorização da moeda americana diante de sinais crescentes de que o Federal Reserve (Fed) pode cortar os juros nos Estados Unidos já em dezembro. A movimentação cambial também é influenciada pela alta do minério de ferro na China, que favorece moedas de países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil.

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A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, declarou publicamente que apoia uma eventual redução dos juros no próximo mês, o que intensificou as apostas de alívio monetário e pressionou o dólar globalmente. No cenário doméstico, a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, também gera atenção no mercado.

Foco fiscal: votação de projeto com impacto bilionário

Internamente, o risco fiscal voltou ao centro do radar em meio à análise, no Congresso, de uma proposta com impacto financeiro elevado para o governo federal. Trata-se do projeto que regulamenta a aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, considerado uma “pauta-bomba” pela equipe econômica.

As projeções de impacto fiscal divergem: o relator da proposta, deputado Antonio Brito (PSD-BA), calcula um custo de R$ 5,5 bilhões até 2030. O Ministério da Previdência aponta R$ 24,72 bilhões, enquanto técnicos do Legislativo chegaram a estimar um rombo de até R$ 200 bilhões. Apesar das críticas, a expectativa é de que o projeto avance no Senado, após desentendimento político envolvendo a indicação de Jorge Messias ao STF, contrariando a preferência do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, alertou que a proposta pode gerar um impacto “muito grande” nas contas públicas e prejudicar o equilíbrio fiscal.

Cenário externo e indicadores brasileiros

No plano externo, a expectativa do mercado está voltada para novos dados da economia dos EUA, que podem reforçar a tese de corte de juros pelo Fed. Já no Brasil, o Banco Central informou nesta terça que o déficit em conta corrente atingiu US$ 5,121 bilhões em outubro. Em contrapartida, o investimento direto no País (IDP) somou US$ 10,937 bilhões, superando o rombo e mantendo a sustentabilidade das contas externas.

No setor da construção, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) avançou 0,28% em novembro, acelerando frente à alta de 0,21% registrada em outubro. Com isso, o indicador acumula alta de 5,88% no ano e 6,41% em 12 meses. Já o Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 1 ponto, atingindo 92,6 pontos — o maior patamar desde julho deste ano.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) também divulgou que o IPC-S desacelerou de 0,24% para 0,23% na terceira quadrissemana de novembro, com redução da inflação em quatro das sete capitais analisadas.

Setor de energia e petróleo

No setor energético, o diretor do Lide Energia e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o pico de produção de petróleo no Brasil deve ser alcançado em 2032. Segundo ele, o volume será sustentado inclusive pela exploração da Margem Equatorial, região considerada promissora. Após esse pico, a expectativa é de início da depressão produtiva.

Vetos no setor elétrico

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, vetou parcialmente o Projeto de Lei de Conversão nº 10/2025, originado da Medida Provisória 1.304, que moderniza o marco legal do setor elétrico. O veto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e atinge mais de dez trechos, incluindo dispositivos que alteravam a Lei de Improbidade Administrativa.

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