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03 de dezembro de 2025 - 13h36
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ECONOMIA

Dívida externa do Brasil se mantém estável em 2024, aponta Banco Mundial

Relatório mostra leve queda no estoque total, avanço do endividamento privado e seletividade no financiamento externo.

3 dezembro 2025 - 13h25Pedro Lima
Relatório anual do Banco Mundial indica estabilidade na posição externa brasileira em 2024.
Relatório anual do Banco Mundial indica estabilidade na posição externa brasileira em 2024. - Foto: Divulgação/MF

O Relatório Internacional da Dívida 2024, divulgado pelo Banco Mundial, aponta que a posição externa do Brasil se manteve estável ao longo do ano, mesmo com mudanças relevantes no comportamento do endividamento privado. O documento mostra que o estoque total da dívida externa fechou 2024 em US$ 605,464 bilhões, ligeiramente abaixo dos US$ 607,387 bilhões registrados no ano anterior.

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Segundo o Banco Mundial, o volume atual corresponde a 29% da renda nacional bruta e a 142% das exportações brasileiras, indicadores que colocam o país em um patamar de estabilidade quando comparado a outras economias emergentes.

O relatório destaca ainda que o serviço da dívida consumiu 27% das exportações e 5% da renda nacional. Em 2024, os fluxos financeiros líquidos chegaram a US$ 46,071 bilhões, refletindo principalmente o interesse de investidores em ativos nacionais. Desse total, US$ 43,129 bilhões foram direcionados a posições acionárias, enquanto as entradas líquidas relacionadas a dívida somaram apenas US$ 2,943 bilhões.

Na composição do endividamento, a dívida pública e com garantia soberana atingiu US$ 194,369 bilhões. Os organismos multilaterais responderam por US$ 36,531 bilhões desse montante, incluindo US$ 15,131 bilhões de exposições ao próprio Banco Mundial. O peso dos credores privados continua predominante, com US$ 150,454 bilhões em títulos e empréstimos.

O setor corporativo segue como o principal responsável pela dívida externa brasileira. A dívida privada sem garantia estatal encerrou o ano em US$ 309,245 bilhões, mantendo a tendência observada nos últimos anos.

O relatório mostra ainda um avanço da dívida de curto prazo, que chegou a US$ 84,282 bilhões. Em contrapartida, os desembolsos de longo prazo tiveram queda acentuada: passaram de US$ 208,596 bilhões em 2023 para US$ 82,789 bilhões em 2024, reflexo direto da redução na captação do setor privado, que recuou para US$ 44,172 bilhões.

Para o Banco Mundial, o conjunto desses fatores — menor volume de desembolsos e estabilidade no estoque total — aponta para um movimento de ajuste e maior seletividade no financiamento externo do país.

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