
Sete em cada dez trabalhadores no Brasil ganhavam, no máximo, dois salários mínimos mensais em 2022, segundo dados preliminares do Censo Demográfico divulgados pelo IBGE. Isso representa 68% da população ocupada, enquanto apenas 0,7% recebiam mais de 20 salários mínimos por mês.

A pesquisa também mostrou que 11,2% dos ocupados tinham renda de até R$606, metade do salário mínimo vigente na época. Além disso, 35,3% recebiam até um salário mínimo.
As desigualdades de gênero seguem marcantes: homens ganhavam em média R$3.115, enquanto mulheres recebiam R$2.506, mesmo sendo mais escolarizadas. Cerca de 28,9% das mulheres ocupadas tinham ensino superior completo, contra 17,3% dos homens. A diferença salarial no nível superior era de 60%: R$7.347 para homens e R$4.591 para mulheres.
No recorte racial, os rendimentos médios foram mais baixos entre pretos (R$2.061), pardos (R$2.186) e indígenas (R$1.683). Brancos recebiam R$3.659 e amarelos R$5.942. Mesmo com o mesmo grau de instrução, brancos e amarelos ganhavam mais que pretos, pardos e indígenas.
O nível de ocupação — proporção de pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando — foi de 53,5% no país. Enquanto 50 municípios registraram ocupação acima de 70%, outros 330 ficaram com 30% ou menos, indicando baixa inserção no mercado de trabalho.
O deslocamento casa-trabalho também foi tema do levantamento: 40 milhões de pessoas gastavam entre 6 e 30 minutos para chegar ao trabalho. Em contrapartida, 1,3 milhão levava mais de duas horas. O Rio de Janeiro liderava em percentual de trabalhadores nessa situação (5,6%), seguido por São Paulo (3,4%). Em números absolutos, a capital paulista tinha o maior volume: 151.690 pessoas.
Os meios de transporte mais usados eram:
Carro (32,3%)
Ônibus (21,4%)
A pé (17,8%)
Motocicleta (16,4%)
Apenas 0,3% usavam BRT e 1,6% trem ou metrô. Carros eram o principal meio no Sul (45,9%), mas nas regiões Norte (21,8%) e Nordeste (21,0%), o uso era bem menor. A motocicleta predominava no Norte (28,5%) e Nordeste (26,0%).
Cerca de 88,4% dos trabalhadores brasileiros exerciam suas atividades no mesmo município onde moravam, com 71,4% trabalhando fora de casa e 16,9% atuando no próprio domicílio.
