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Desigualdade de renda atinge menor nível da história com avanço no mercado de trabalho

Com aumento expressivo da renda entre os mais pobres, índice de Gini recua e mostra melhora na distribuição de renda em 2024

8 maio 2025 - 09h45Daniela Amorim
Desigualdade de renda no Brasil cai ao menor nível histórico em 2024, com aumento da renda entre os mais pobres.
Desigualdade de renda no Brasil cai ao menor nível histórico em 2024, com aumento da renda entre os mais pobres. - (Foto: ABrasil)

Desigualdade de renda caiu para o menor patamar desde o início das medições no Brasil. Em 2024, o índice de Gini, principal indicador utilizado para medir a concentração de renda no país, recuou de 0,518 em 2023 para 0,506, menor valor desde o início da série histórica em 2012. O movimento foi impulsionado por um cenário de mercado de trabalho mais aquecido e pela continuidade de políticas de transferência de renda, segundo dados da Pnad Contínua – Rendimento de todas as fontes, divulgados nesta quinta-feira (8) pelo IBGE.

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A renda mensal domiciliar per capita do brasileiro chegou a R$ 2.020, um crescimento real de 4,7% em relação ao ano anterior. Entre os 50% mais pobres da população, o ganho foi ainda mais expressivo: alta de 8,52%, atingindo R$ 713 por mês. Apesar da melhora, isso representa apenas R$ 23,77 por dia, revelando ainda uma realidade de extrema vulnerabilidade para mais da metade do país.

Renda cresce mais entre os mais pobres - O avanço mais significativo ocorreu entre os 5% mais pobres, que passaram a viver com R$ 154 mensais por pessoa, aumento de 17,6% frente a 2023. Mesmo assim, o valor representa apenas R$ 5,13 por dia. Em contrapartida, o 1% mais rico, grupo formado por cerca de 2,2 milhões de pessoas, teve um leve aumento de 0,9% na renda, atingindo R$ 21.767 por mês.

Essa diferença continua grande, mas é a menor já registrada. Em 2024, os mais ricos ganharam em média 36,2 vezes mais que os 40% mais pobres — a menor proporção desde o início da série. Em 2018, ano de maior disparidade, essa diferença era de 17,1 vezes.

A melhora no quadro de desigualdade foi notada em praticamente todas as regiões do país, com exceção do Sul, onde houve leve aumento na concentração de renda. Segundo o IBGE, tanto o crescimento da renda proveniente do trabalho quanto a continuidade dos programas sociais foram determinantes para o resultado.

"O Brasil é inegavelmente bastante desigual, mas houve melhoria nessa distribuição de renda", afirmou Gustavo Fontes, técnico da pesquisa. "A renda do trabalho ajudou a levar a desigualdade para o menor patamar, mas os programas sociais também tiveram um efeito importante."

O rendimento médio domiciliar per capita mais alto foi registrado no Sul (R$ 2.499), seguido pelo Sudeste (R$ 2.300). O Nordeste ficou com o menor valor, R$ 1.319. Entre os estados, o Distrito Federal lidera com R$ 3.276 mensais, enquanto Maranhão (R$ 1.078), Ceará (R$ 1.210) e Amazonas (R$ 1.231) ocupam as últimas posições.

Fontes ressaltou o papel dos programas sociais no Norte e Nordeste, mas também destacou a melhora do mercado de trabalho no Nordeste como um diferencial no último ano.

A massa de rendimento mensal domiciliar per capita somou R$ 438,3 bilhões em 2024, um salto de 5,4% em comparação com 2023 e de 15% em relação ao período pré-pandemia, em 2019. O Sudeste concentrou quase metade desse total, R$ 217,4 bilhões. O Sul aparece na sequência, com R$ 77,3 bilhões, seguido pelo Nordeste (R$ 76,9 bilhões), Centro-Oeste (R$ 40 bilhões) e Norte (R$ 26,7 bilhões).

Apesar da melhora na distribuição, os 10% mais ricos ainda detêm 39,8% de toda a massa de renda do país, superando a soma dos 70% mais pobres, que ficam com 33,3%. Os 10% mais pobres, por sua vez, representam apenas 1,2% da fatia total.

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