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30 de dezembro de 2025 - 12h49
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IBGE

Desemprego pode cair abaixo de 5% no fim de 2025

Taxa está em 5,2% e mercado mantém ritmo de criação de vagas, com recordes de ocupação e renda

30 dezembro 2025 - 10h45Juliana Garçon
Carteira de trabalho
Carteira de trabalho - (Foto: Agência Brasil)

A taxa de desemprego no Brasil pode ficar abaixo de 5% no trimestre encerrado em dezembro de 2025, caso seja mantido o ritmo observado nos últimos meses. A avaliação é de Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante a divulgação da PNAD Contínua nesta terça-feira (30). O dado oficial será conhecido no fim de janeiro de 2026.

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“Pode haver taxa menor que 5%. O quarto trimestre costuma ter taxas mais baixas”, afirmou Beringuy. Ainda assim, a técnica ponderou que o patamar atual já é historicamente reduzido. A taxa de 5,2%, registrada no trimestre encerrado em novembro, é a menor desde o início da série histórica, em 2012.

Segundo ela, apesar da sequência de quedas ao longo do segundo semestre de 2025, não é possível garantir que o movimento será sustentado. “Já viemos no ritmo de redução do indicador, e a taxa de desemprego nunca ficou abaixo de 5%. Não tem como saber antes”, disse.

A população ocupada no país chegou a 103 milhões de pessoas, avanço de 1,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O contingente é recorde da série histórica e também cresceu 0,6% frente ao trimestre móvel anterior, o equivalente a 601 mil pessoas a mais.

O nível da ocupação, que mede a proporção de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, atingiu 59,0%, também o maior já registrado. O indicador subiu 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.

Para o IBGE, os números indicam um mercado de trabalho com capacidade de absorção e manutenção da mão de obra, sustentado pela mobilização de trabalhadores em diferentes segmentos da economia.

Outro fator apontado como relevante é o comportamento dos rendimentos. Mesmo com o elevado endividamento das famílias, a renda do trabalho se manteve estável ou em crescimento, o que tem sustentado o consumo.

A massa de rendimentos do trabalho alcançou R$ 3,574 trilhões no trimestre encerrado em novembro, alta de 4,5% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo Beringuy, parte significativa desse rendimento é revertida em consumo, o que contribui para manter a empregabilidade.

“A economia tem muitos trabalhadores com rendimento que vem se mantendo ou aumentando”, avaliou.

A técnica também destacou que 2025 apresentou um cenário considerado positivo em relação à inflação. A esperada aceleração dos preços não se confirmou e, em especial, os alimentos permaneceram em níveis mais baixos, o que liberou renda para outros gastos, sobretudo entre famílias que recebem até três salários mínimos.

Apesar do resultado geral positivo, o desempenho do mercado de trabalho não foi homogêneo entre os setores. Indústria, agricultura e construção apresentaram estabilidade no período. O comércio manteve um contingente expressivo de trabalhadores, enquanto a construção, mesmo com características sazonais, preservou níveis relevantes de ocupação.

O setor de serviços ampliou sua participação, possivelmente absorvendo parte da mão de obra oriunda do comércio. Já a administração pública, educação e saúde tiveram papel importante na geração de vagas, com 492 mil pessoas ocupadas, sendo quase metade delas na área da educação.

A educação fundamental liderou as contratações, seguindo um padrão sazonal, enquanto a saúde registrou expansão de vagas para profissionais como nutricionistas, enfermeiros e fisioterapeutas.

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