
Na última quarta-feira (26), o primeiro dia do Delas Day, em Campo Grande, foi mais que um evento: foi uma pausa no tempo para lembrar que as mulheres não têm prazo de validade. E foi com essa premissa que a jornalista e comunicadora Maria Cândida subiu ao palco principal do Bosque Expo para falar sobre o que se convencionou chamar de economia prateada. Tema moderno, mas que tem raízes antigas: a ideia de que as mulheres com mais de 50 anos não só podem, como devem, ser protagonistas de suas próprias histórias — e de seus próprios negócios.

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A palestra, que começou às 15h30, tratou da reinvenção profissional e pessoal desse público. Maria Cândida falou da própria virada de chave, quando decidiu usar a câmera do celular para gravar vídeos, mesmo depois de ouvir que "seu tempo já passou". Hoje, seus conteúdos nas redes sociais dialogam diretamente com outras mulheres que, como ela, foram educadas para cuidar de tudo — menos delas mesmas.
"Quem está aí nos 50+ vive um momento revolucionário. Somos as primeiras a chutar a porta da menopausa e fazer disso o início de uma nova vida", provocou a palestrante, arrancando aplausos e sorrisos cúmplices da plateia, formada por mulheres de todas as idades.
Comunicadora Maria Cândida apresenta novo cenário de oportunidades para público sênior
Quando os sonhos envelhecem bem - Na primeira fila do auditório estava AnaLice Torquato, de 63 anos. Dona da saboaria artesanal Spasso Arte, ela veio acompanhada da filha Mariana, de 24, e não escondia o entusiasmo. "Eu tenho quase 64 anos e não pretendo mais parar. Cada dia é uma nova chance de fazer diferente", disse. Para ela, o evento oferece não só inspiração, mas também espaço — físico e simbólico — para mostrar que a vida começa quantas vezes forem necessárias.
A presença de empreendedoras da chamada "melhor idade" não se resumiu à plateia. Durante os dois dias do evento, que terminou na quinta-feira (27), as mulheres 50+ também foram homenageadas em cerimônia promovida pela empresa Du Bem Sustentável, reforçando a ideia de que protagonismo não se mede pela data de nascimento.
Economia da longevidade, com um olhar feminino - O conceito de economia prateada ganha cada vez mais espaço nas discussões sobre mercado de trabalho e consumo. Trata-se da movimentação financeira protagonizada por pessoas com mais de 50 anos, que, no Brasil, representa uma parcela significativa da população. No caso das mulheres, o recorte é ainda mais potente: muitas delas são chefes de família, responsáveis por sustentar lares e ainda enfrentam, sozinhas, o desafio da reinserção no mercado ou do primeiro negócio próprio.
"Precisamos de planejamento para começar. Eu tentei, voltei, caí e levantei", disse Maria Cândida, resumindo o sentimento de quem, aos 50 ou 60 anos, decide tirar um sonho do fundo da gaveta.
