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PRODUÇÃO

MS enfrenta um buraco logístico: déficit de mais de 11 milhões de toneladas em armazenagem

Produção recorde de soja e milho cresce rápido, mas infraestrutura de silos não acompanha, desafio se agrava no interior

16 outubro 2025 - 11h10Da Redação
Silos vazios e campos produtivos: MS enfrenta déficit de armazenagem que limita estratégias de comercialização
Silos vazios e campos produtivos: MS enfrenta déficit de armazenagem que limita estratégias de comercialização - (Foto: Divulgação)

Produção média combinada de soja e milho em Mato Grosso do Sul ultrapassa 22 milhões de toneladas, mas o Estado não consegue guardar nem metade disso: falta espaço para mais de 11 milhões de toneladas, revela estudo da Aprosoja/MS, com dados da Conab e SIGA/MS.

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Com capacidade instalada de 16,4 milhões de toneladas, frente a uma necessidade estimada em 27,5 milhões, MS sofre déficit de 67,8%, o que obriga muitos produtores a vender logo após a colheita, perdendo oportunidades de melhores preços.

Entre 2014 e 2025, os silos cresceram 82%, passando de 9,01 para 16,39 milhões de toneladas. Mas a produção explodiu 69%, saltando de 17,23 para 29,11 milhões. Assim, o déficit disparou de 8,25 para 12,72 milhões de toneladas, com pico em 2023, quando atingiu 21,23 milhões.

Silos vazios e campos produtivos: MS enfrenta déficit de armazenagem que limita estratégias de comercialização

Dos 78 municípios avaliados, 73 apresentam déficit. Maracaju, o maior produtor de grãos, acumula falta de 1,32 milhão de toneladas. Dourados é exceção, com superávit, dispondo de 2,35 milhões em capacidade. Apenas cinco municípios concentram 49% dos silos, embora respondam por 38% da produção estadual.

Para o secretário de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, há espaço para investimento público e privado. "Os recursos como o FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste) oferecem prazos longos e juros competitivos, vantagens críticas em empreendimentos de armazenagem. É necessário reviver linhas do BNDES, específicas para silos, pois usar recursos à taxa Selic torna viável apenas com apoio público", explica.

O estudo também alerta para riscos, perdas pós-colheita, custos logísticos mais altos e gargalos no escoamento, especialmente pela dependência da BR163. Para ele, ampliar silos nas próprias propriedades é o grande passo que falta.

Verruck lembra que o governo já atua com cooperativas (Procoop) e busca financiamento para projetos de infraestrutura. "Ferrovia, hidrovia do Rio Paraguai e a Rota Bioceânica são os caminhos para diversificar modais. A expansão da armazenagem deve acompanhar a diversificação agrícola: culturas como sorgo exigem tratamento e segregação próprios, o que demanda mais silos e logística especializada", finaliza.

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