
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, com 60% desse crescimento concentrado em apenas três setores: agropecuária, indústrias extrativas e outras atividades de serviços, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A agropecuária foi o principal motor do crescimento, impulsionada pelas boas safras de soja, milho, café e algodão, além de uma contribuição positiva da pecuária. As indústrias extrativas também tiveram desempenho positivo, com destaque para o aumento da extração de petróleo, gás e minérios ferrosos.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explicou que a atividade de indústrias extrativas não é afetada pela política monetária. "É uma atividade que não sofre impacto direto das taxas de juros", destacou.
Entre os setores com recuo, a produção e distribuição de eletricidade e gás, água e esgoto apresentou uma queda de 4,0%, explicada pela piora nas bandeiras tarifárias e pela redução no consumo de energia. "O ano teve menos calor, e as bandeiras tarifárias foram acionadas devido à seca", comentou Palis.
Do lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,8%, refletindo uma melhora no mercado de trabalho, aumento da massa salarial real, maior acesso ao crédito e a continuidade de programas de transferência de renda. Porém, o consumo foi impactado negativamente pelo elevado nível da taxa de juros, a Selic, e pela inflação.
O consumo do governo aumentou 0,4% no segundo trimestre, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, cresceu 4,1%, impulsionada principalmente pela importação de bens de capital e pelo desenvolvimento de software.
No comércio exterior, as exportações cresceram 2,0%, enquanto as importações aumentaram 4,4%. "Embora as exportações tenham crescido mais, o setor externo ainda contribui negativamente para o PIB, devido ao aumento das importações", completou Palis.
