O governo federal prepara um plano de contingência para mitigar os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, que deve beneficiar diretamente exportadores de Mato Grosso do Sul. Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, a proposta “está pronta”, restando “apenas alguns pequenos detalhes” para a finalização.
O pacote, que será formalizado por meio de Medida Provisória, prevê linhas de crédito com juros subsidiados, períodos de carência, refinanciamento junto a bancos públicos e incentivos a cadeias produtivas estratégicas. Entre os segmentos mais afetados no estado estão carne bovina, aves e pescados, especialmente tilápia.
De acordo com Tebet, a prioridade será atender empresas que não conseguiram redirecionar a produção após a medida do governo norte-americano. A seleção das beneficiadas será feita de forma criteriosa pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
“Estamos sendo criteriosos, até porque é dinheiro público. Queremos agir com precisão para que os recursos cheguem a quem realmente necessita”, disse a ministra, durante reunião da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado nesta terça-feira (12).
O impacto fiscal, segundo Tebet, será “mínimo” e exigirá recursos bem inferiores aos mobilizados em 2020 para o combate à Covid-19, quando o plano emergencial chegou a prever até R$ 400 bilhões.
Além do apoio financeiro, o governo pretende adotar medidas para preservar empregos e evitar o fechamento de empresas nos setores atingidos. “Não estamos apenas estabelecendo quais setores serão contemplados, porque serão todos os que tiveram prejuízo. Mas, dentro de cada setor, o MDIC está analisando empresa por empresa”, afirmou.
