
Os Correios apresentaram ao Tribunal de Contas da União (TCU) o plano de reestruturação da estatal, que prevê uma operação de crédito de R$ 20 bilhões junto a bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional. O objetivo é conter o rombo financeiro e modernizar a gestão da empresa, que acumula prejuízos bilionários desde 2022.
A proposta foi discutida em reunião na semana passada, a pedido do presidente da estatal, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o comando dos Correios em setembro deste ano. Por estar na Lista de Alto Risco do TCU, a situação da empresa vem sendo monitorada de perto pela corte de contas.
“O objetivo é assegurar que as medidas adotadas estejam em conformidade com a legislação e que os recursos sejam aplicados de forma eficiente e transparente”, informou o TCU em nota.
TCU vai acompanhar operação de crédito - As unidades técnicas do TCU deverão acompanhar a execução do plano e a participação do governo federal na operação, incluindo o eventual envolvimento de bancos públicos.
Nos dois primeiros trimestres de 2025, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,37 bilhões, agravando o quadro negativo iniciado em 2022.
O empréstimo solicitado representa a maior operação de crédito garantida pela União em 15 anos, superando todas as garantias concedidas a estados, municípios e outras estatais no período, segundo levantamento da Secretaria do Tesouro Nacional.
Além da operação financeira, o plano de reestruturação prevê a criação de um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e a venda de imóveis ociosos que hoje geram altos custos de manutenção.
O conjunto de medidas busca reduzir despesas, aumentar a eficiência operacional e sanear as contas da empresa, que enfrenta queda no volume de postagens e forte concorrência no setor de entregas privadas.

